sábado, 18 de setembro de 2010

O novo partido do Aécio e o futuro da direita

Não dá para saber se Aécio anunciou ou não a um grupo de amigos que vai deixar o PSDB e fundar um novo partido, depois das eleições, mas que isso faz sentido, faz.
Perder para Lula é uma coisa, perder para Dilma é outra. A (provável) eleição de Dilma consolida uma nova ordem política no Brasil em que a direita demotucana, convertida em golpista fascistoide nos últimos oito anos, definha. Como sempre, fora do poder, a direita tende a morrer de inanição, pois é das suas tetas que se alimenta.
Ao contrário da atual situação, a direita se concentra excessivamente em São Paulo. São Paulo é uma espécie de avesso de Minas na política brasileira: Minas tende ao equilíbrio, enquanto São Paulo quer o poder sempre para si. São Paulo é muito forte, mas indispõe todos contra si, por isso precisa do equilíbrio mineiro. Quando Minas abandona São Paulo, São Paulo perde o poder, como aconteceu em 1930. O movimento de ruptura, porém, nunca vem de Minas, vem sempre de São Paulo e da sua vontade de poder desmesurada.
Mais que Tancredo, Aécio repetiria Antônio Carlos, o governador mineiro preterido na sucessão de Washington Luís. A oposição à nova ordem que promete se tornar muito forte, eleita Dilma, Lula podendo voltar em 2014, não pode ficar restrita a São Paulo, muito menos nas mãos da fracassada liderança golpista dos demotucanos. A derrota deste ano será marcante, PSDB deve acompanhar o DEM rumo à lata de lixo da história. A fundação de um novo partido de oposição moderada, liderado por Aécio, que, ao contrário de Serra, sai vitorioso do pleito, seria um movimento repleto de simbolismo, saudado à direita e à esquerda. Teria, de saída, um bom contingente de adeptos, de Norte a Sul, de Leste a Oeste do país, excetuando São Paulo.
Aécio atrairia tucanos que não querem continuar perdendo, peemedebistas desconfortáveis na aliança com o PT, aliados de Lula preteridos em 2010. Em Minas, possivelmente receberia adesão até mesmo de petistas que foram se tornando "aecistas" nos últimos oito anos.
O novo partido do Aécio pode não passar ainda de elucubração do repórter Maurício Dias, mas é sem dúvida a legenda que muitos políticos estão esperando.