terça-feira, 26 de outubro de 2010

Folha reconhece seu lugar de porta-voz da ditadura militar

Faz isso ao solicitar ao Supremo Tribunal Federal autorização para publicar as acusações da ditatura militar contra Dilma. É mais que claro que o jornal do Serra quer criar um fato político para roubar votos da candidata petista às vésperas da eleição. Basta esse motivo para que o pedido seja negado, pois Dilma não teria tempo para responder a qualquer acusação que lhe fosse feita. Repetir acusações da ditadura já seria um absurdo, porque daria legitimidade a um regime que o Brasil rejeitou há mais de 30 anos. Nem os militares de hoje são a favor disso, como demonstram as decisões do Superior Tribunal Militar. Não é, porém, incoerente com a história da Folha, uma empresa oportunista que colaborou com a ditadura, cedendo veículos para transporte de presos torturados (na foto, uma camionete do jornal queimada, em represália, por militantes da ALN). Revela também o que andou esquecido: em 1964, os militares não foram levados ao poder por eles mesmos, mas por uma parcela reacionária da sociedade, da qual a Folha é porta-voz, que não conseguia chegar ao poder por meio de eleições.

Da Carta Capital.
Folha de S.Paulo vai ao STF para conhecer processo de Dilma na ditadura
Celso Marcondes
A Folha de S.Paulo anunciou na edição deste sábado 23 – pág. A11 – que protocolou uma ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF) para que tenha acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão da ditadura militar em 1970. Antes, o jornal encaminhou o pedido junto ao Superior Tribunal Militar (STM), mas o órgão suspendeu o julgamento por duas vezes. A Folha recorre agora ao STF porque tem pressa.
A íntegra.