quarta-feira, 20 de abril de 2011

A procissão proibida

Por falar em hipocrisia... As questões: 1) A Espanha é uma democracia ou não é? Se é, os ateus têm liberdade de se expressar e de se manifestar. 2) O Estado espanhol é laico ou religioso? Neste caso, a religião católica prevalece sobre as demais? 3) A igreja católica (que nada tem a ver com Cristo nem com religião, mas é um poder temporal, político) deitou e rolou cometendo todos os crimes mais hediondos em 2 mil anos de história, e continua cometendo-os, mas se finge de santa e não admite nenhuma contestação. Mais de 200 anos depois da Revolução Francesa. Quase cem anos depois da Revolução Russa. Num mundo científico e tecnológico. Já é hora da humanidade evoluir de religiões obscurantistas para uma espiritualidade baseada na fraternidade e no bem coletivo. Cristã, digamos. Sem conhecimento da história – que a igreja nega, ao esconder seus "pecados" – não é possível progredir.

Da BBC Brasil.
Justiça proíbe 'procissão ateia' em Madri
Anelise Infante
O Tribunal de Justiça de Madri proibiu nesta quarta-feira a realização, prevista para a quinta-feira desta Semana Santa, de uma manifestação antirreligiosa organizada por seis instituições laicas espanholas. Chamada oficialmente de "procissão ateia", a manifestação levaria às ruas faixas com dizeres como "Congregação da Cruel Inquisição", "Irmandade da Santa Pedofilia" e "Confraria do Papa do Santo Latrocínio" com o objetivo de "derrubar a hipocrisia social e moral que representa a Semana Santa Católica". Os organizadores disseram que irão acatar a decisão judicial, mas acrescentaram que convocariam uma manifestação similar em outra data simbólica para o Catolicismo. Eles também prometem realizar um grande evento no próximo mês de agosto durante a visita do Papa Bento 16 a Madri. O presidente da Associação Madrilenha de Ateus e Livres Pensadores, Luis Veja, disse à BBC Brasil que a proposta da manifestação era "mexer com a ideologia e a consciência católica". "Queremos uma procissão sim, porque a palavra procissão não é exclusiva do Catolicismo. E vamos continuar combatendo a hipocrisia e o fundamentalismo", afirmou. As críticas dos laicos se concentram especialmente na intervenção do Vaticano em assuntos políticos como a liberdade religiosa, leis de aborto e casamento gay, além dos escândalos de pedofilia dentro da igreja.
A íntegra.