domingo, 25 de setembro de 2011

A Academia, os imortais e os mortos-vivos

O título abaixo já é exato, então não paga repetir. Digo outra coisa, que essa gente se apega às instituições como um náufrago se agarra a um pedaço de pau que boia no mar. E as instituições que já tiraram sua importância de fatos e pessoas que as criaram (Machado, o grande, o mulato, foi quem inventou esta) passam a emprestá-la aos decadentes, num processo "dialético", como diria o outro. Obviamente, Merval é incapaz de fazer a crítica do comercial da Caixa.

Do Diário do Centro de Mundo.
Merval, o imortal
Bem, eis a Pataquada da Semana. Merval Pereira, jornalista, virou imortal. Lol. Vou em busca de explicações. Ele deve ter escrito algum livro importante que não notei. Ou alguns, penso numa perspectiva mais otimista. Pesquiso. Mas. Ele é autor de “O lulismo no poder”, uma coletânea de seus artigos no Globo. Quer dizer, não bastasse o leitor ser castigado por Merval uma vez na forma de jornal, ele apanha de novo na forma de livro. Merval é, basicamente, contra tudo que Lula fez, do Bolsa Família às cotas universitárias. Se Lula inventar a cura do câncer, Merval vai atacar. Seu poder de persuasão pode ser facilmente medido nas urnas. Se eu fosse candidato, torceria para que Merval fosse contra mim. Ao lado de Ali Kamel, ele é um dos mais fiéis reprodutores do ideário da família Marinho. (Esperemos para ver se Kamel não vira futuramente um imortal.) Numa carta célebre a um editor, o barão da imprensa Joseph Pulitzer disse o seguinte: "Espero que você pense, pense, pense!!! (…) Que compreenda que todo editor depende do proprietário, é controlado pelo proprietário, deve veicular os desejos e as idéias do proprietário. (…) Sua função é pensar, o mais próximo possível, no que você pensa que eu penso." Merval – e nem Kamel – teriam que ouvir isso. Lembro que, nas reuniões do Conselho Editorial da Globo das quais participei entre 2006 e 2008, os dois pareciam disputar entre si quem era campeão em pensar como a família Marinho pensa.
A íntegra.