sábado, 10 de setembro de 2011

A falsificação da história para as novas gerações

Interessante texto publicado no saite português O Diário.

Os branqueadores
José Casanova
As operações de branqueamento do salazarismo e de falsificação do que foram os 48 anos de resistência popular e democrática contra o regime fascista prosseguem sob diversas formas e meios. Um deles é o da sua abordagem sob o ângulo da trivialidade da vida quotidiana do chefe do regime. Fontes? As mais fidedignas: as memórias e confidências dos próprios. É o fascismo revisto através do filtro dos próprios fascistas. Já me tinham falado das conversas de Fernando Dacosta, estoriador especialista em "Estado Novo", na Antena 2. No domingo passado tive oportunidade de ouvir a coisa, nesse dia dedicada ao ano de 1962. Fartaram-se de falar da guerra nas "províncias ultramarinas" e da sólida "unidade nacional" então existente em torno da guerra e pela "defesa da pátria". Ah!, e falaram, também, da «oposição ao Estado Novo», a qual se resumiu, nesse ano de 62, ao "fracassado ataque ao quartel de Beja"… Naturalmente, não falaram, porque não estavam ali para isso, das lutas ocorridas nesse ano contra o regime fascista: as fortes lutas dos estudantes, logo no início de 62, e as lutas dos trabalhadores durante todo o ano, entre elas o poderoso 1.º de Maio – o maior e mais forte de sempre – e a histórica conquista das oito horas pelo proletariado agrícola do Sul.