quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Licitação de venda da Rua Musas é suspensa pela Justiça

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que não mora na cidade que administra, que na juventude pegou em armas contra a ditadura militar, foi preso político, mais tarde tornou-se empresário de sucesso, ficou milionário e voltou à política adotando o neoliberalismo, no governo Aécio Neves, administra a cidade como seu fosse sua e a prefeitura como se fosse uma empresa privada. Cortou pessoal, paralisou a política cultural municipal, privatizou serviços de educação e saúde, leiloou imóveis da prefeitura, proibiu o uso de espaços públicos, a não ser que se paguem altas taxas, "limpa" a cidade de artesãos e moradores de rua, proíbe manifestações, fecha o parque municipal durante meses para cortar árvores, faz obras porcas como a reforma da Savassi, entregou o comitê organizador da copa de 2014 ao seu filho, viaja de jatinho pago com dinheiro público, conta com apoio de vereadores subservientes, que trocam votos por benefícios particulares. Mas não pode tudo. Aqui e ali, quando a população – cidadãos, eleitores – reage, ele sai derrotado na sua tentativa de transformar Belo Horizonte no paraíso do capital e inferno dos moradores. Foi assim quando quis vender a toque de caixa o Mercado Distrital do Cruzeiro. Acredito que será assim também nesse projeto que nem o mais radical dos neoliberais deve ter imaginado: transferir uma rua para a iniciativa privada. Não é possível que algum juiz aprove esse crime contra a cidadania. Liderando o movimento de resistência dos moradores da Rua Musas, o professor Jacyntho Lins dá aos belo-horizontinos sua mais importante aula.

Do blog Salve a Musas.
Primeira vitória do Movimento Salve a Rua Musas contra o prefeito
Enfim uma boa notícia. A Prefeitura pretendia "vender" a Rua Musas na próxima sexta-feira, dia 16 de setembro, mas teve de render-se ao embargo apresentado pelo advogado de nossa causa, Dr. Marcus Cervinho Bicalho, já que tudo não passava de uma jogada de fachada – e a licitação foi suspensa! Nosso argumento foi simples: o edital beneficiava escandalosamente uma única pessoa, o proprietário dos lotes ao lado. Assim, hoje, o Gerente de Supervisão de Compras e Licitação da PBH, Vinícius Damasceno Santos, comunicou-nos o "adiamento" do processo. É evidente que o Sr. Márcio Lacerda não terá como fazer o malabarismo de "vender" a rua com lisura. Pelo simples motivo de que a lei que enviou à Câmara Municipal, que os vereadores (com exceção de Iran Barbosa) irresponsavelmente aprovaram e que ele sancionou já é viciada na origem.