quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Indígenas e ribeirinhos ocupam canteiro de obras de Belo Monte

Em Caxambu, durante congresso nacional de sociólogos, antropólogos alertam mais uma vez para impactos ambientais e sociais da grande hidrelétrica.

Da Agência Brasil.
Indígenas correm riscos com instalação de Belo Monte, apontam especialistas
Isabela Vieira, enviada especial
Caxambu (MG) – A Associação Brasileira de Antropologia (ABA) afirmou hoje (27/10/11) que etnias indígenas estão em risco com a instalação da barragem na bacia do Rio Xingu. Durante debate no 35º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), a professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Sônia Magalhães, que desde 2007 estuda comunidades afetadas, alerta que impactos ambientais não constam dos estudos sobre o empreendimento e denuncia que condicionantes para a instalação da usina como a desintrusão de invasores das terras indígenas não estão sendo cumpridas. "Por meio de modelos matemáticos e de engenharia, o consórcio [responsável pela obra] diz que o rio [Xingu] não corre o risco de secar. Não é o que os índios pensam. Pela sua experiência, os velhos estão seguros do contrário e não há modelo matemático que os convença do contrário", disse. "Eles contam que na época de seca, com a diminuição da vazão do Xingu, peixes podiam ser retirados do rio já cozidos. Imagine como será com a diminuição da vazão", questionou.
A íntegra.

Belo Monte é ocupada por cerca de 600 pessoas contrárias ao empreendimento Juliana Maya e Beth Begonha
Repórteres da Rádio Nacional da Amazônia
Cerca de seiscentas pessoas, entre indígenas, ribeirinhos e pescadores, ocuparam o canteiro de obras da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, na madrugada de hoje (27/10/11), segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Os manifestantes pedem o fim do projeto da usina. A assessoria do Cimi informou que a ocupação do local foi pacífica e que os manifestantes não encontraram resistência da polícia ou dos seguranças do empreendimento. Segundo o conselho, o que motivou a ocupação foi o adiamento do julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região sobre o direito dos indígenas de serem ouvidos antes do início das obras. De acordo com o cacique do povo Kaiapó, Megaron Txucarramãe, outros indígenas da aldeia de Gurupira, em Redenção, estão a caminho do local para aderir ao protesto do grupo.
A íntegra.