segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ainda a arbitrariedade policial na USP

A polícia paulista age por conta própria ou se trata de uma escalada autoritária da direita? Aparentemente, a ação policial foi motivada por reportagem do Estadão que informava sobre a ocupação de um prédio abandonado na USP por "punks anarquistas". Isto indicaria que o sujeito agredido por um policial no vídeo divulgado na internet não é estudante -- aliás, estudante em janeiro? A USP está em aula? Se bem que tem moradores de residências estudantis, além de pesquisadores e bolsistas. De qualquer forma, a violência policial não se justifica. A PM, especialmente a paulista, parece estar se especializando em ações contra sem-casa e populações cujo crime maior é não ter onde morar.

Do Jornal do Campus.
Guarda Universitária retira ocupantes e leva objetos do Centro de Vivência
por Alessandra Goes Alves
Integrantes da Guarda Universitária se dirigiram na quinta (5/1/12) à noite ao Centro de Vivência da USP (localizado em frente ao restaurante central) e retiraram pessoas que ocupavam o prédio há cerca de um mês. Além dos ocupantes, a Guarda levou objetos do prédio, como geladeiras, mesas e cadeiras. Segundo matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo (OESP) em 4/1, os ocupantes não eram estudantes da Universidade – informação confirmada por estudantes presentes no local na sexta (6/1). Moradores do Crusp (Conjunto Residencial da USP), porém, contam que a Guarda Universitária chegou nesta quinta por volta das 18h e passou a madrugada cercando o local. De acordo com o 1º tenente Moreira, a Polícia Militar foi acionada após aviso de desentendimentos entre a Guarda Universitária e estudantes hoje à tarde. Moradores do Crusp, porém, disseram ter visto policiais militares entrarem no prédio ontem (5/1), junto com a Guarda Universitária. Os estudantes disseram que os policiais não tinham mandado para entrar no prédio. André Dias, soldado da Polícia Militar, confirma. "Se trata de um espaço público. Não precisa de mandato." Nesta sexta (6/1), por volta das 15h, policiais militares armados entraram no prédio para checar as condições do local. Três cadeados de uma porta lateral do prédio foram arrancados. Estudantes afirmaram terem recolocado alguns cadeados, mas hoje houve novo arrombamento, da porta da "cozinha". Foram levadas mesas, cadeiras, um freezer, duas geladeiras e tintas (que seriam usadas para pintar as paredes do prédio, como disse uma estudante que preferiu não se identificar).
A íntegra.