terça-feira, 13 de março de 2012

Sobre a competência e o uso do dinheiro público em Minas e em BH

Ótimo relato do jornalista Eduardo Costa. Ele fala da construção de um viaduto na Lagoinha.

Da coluna Chamada Geral, do Hoje em Dia, 12/3/12
Ai, ai, assim vocês me matam!
[...] Há cerca de três anos, (quando) fui a um engenheiro que coordenava as obras de duplicação da Antônio Carlos para saber que viaduto era aquele em construção para ligar a avenida à parte alta do complexo da Lagoinha. Explicou-me tratar-se de um presente do estado para Belo Horizonte, pois, através daquele elevado, os ônibus procedentes da região Norte iriam direto para a avenida Oiapoque e vice-versa... Ainda perguntei, feliz: "Mas, então, daqui a alguns meses, a praça Vaz de Melo não terá mais coletivos? E, diante da resposta afirmativa, toquei aleluia no rádio e festejei junto aos ouvintes aquele avanço... O tempo passou, a obra demorou mais que o esperado e, quando pronta, veio a notícia inacreditável: "Quando fomos fazer o teste, descobrimos que dois ônibus não poderiam cruzar sobre o novo viaduto; os retrovisores dos coletivos iriam para o chão", disse, com certo ar de comemoração, um dirigente da BHTrans. Aí descobri que, embora a empresa de transporte e trânsito da cidade seja dirigida por um tucano, havia, pelo menos naquele caso, má vontade para com o governo do estado, também comandado pelos tucanos. E veio o aviso de que a empresa iria alargar o município para que os ônibus pudessem circular em mão dupla. Passei o ano de 2011 todinho olhando para a obra de reforço e alargamento em 70 centímetros do viaduto que sai da Oiapoque. A PBH gastou R$ 9 milhões! Agora, fui procurar informações sobre o dia em que o sonho seria realizado. E me disseram que, por causa das obras do BRT, nas avenidas Paraná e Santos Dumont, só daqui a um ano ou mais os coletivos poderão deixar a Lagoinha. Ah, nem... Como me enrolam, como fazem pouco caso da minha modesta inteligência, como me consideram mais bobo do que já sou...
A íntegra.