terça-feira, 17 de julho de 2012

O "espírito olímpico" longe das câmaras

Este é o verdadeiro significado dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo. Apesar do que dizem as emissoras de televisão, não têm mais nada a ver com esportes -- ou têm muito pouco. O futebol, na Copa, e todos os esportes, nas Olimpíadas, se transformaram num gigantesco negócio recheado de política e corrupção, em que o que menos importa é "espírito olímpico". Dos atletas, que usam métodos pouco esportivos, aos governos, que pagam propinas e transformam seus países em praças de guerra, dos patrocinadores, que movimentam bilhões de dólares, aos veículos de comunicação que transformam informação em propaganda -- propaganda enganosa, todos estão de olho em lucros e vantagens pessoais, corrompidos pelo "espírito capitalista", este sim o espírito dos Jogos contemporâneos. E o mundo inteiro transformado num "mercado" consumidor hipnotizado, manipulado, bestificado. Durante essas competições, ocorre uma verdadeira intervenção internacional no país sede (vide Lei Geral da Copa), durante a qual as leis não valem. Está mais para estado de sítio do que para competição esportiva. Podemos imaginar como vai ser no Brasil, onde a PM já ocupa, faz barreiras, persegue, prende, atira e mata em dias comuns.

Do blog do Bob Fernandes, direto de Londres.
Ingleses protestam contra isenção de impostos para patrocinadores e militarização em Londres
A região metropolitana de Londres tem algo como 8 milhões e 300 mil habitantes. Quarenta e nove por cento deles não quer saber das Olimpíadas. Em toda a Inglaterra, 53% da população não tem interesse nenhum nos Jogos, e apenas 4% dizem que se sentirão mais inspirados para a prática de esportes.
O bombardeio publicitário dos 11 parceiros globais e dos sete patrocinadores locais das Olimpíadas não tem sido suficiente para embotar corações e mentes. Os motivos, alguns complexos, outros simples, são muitos: econômicos, morais, psicológicos e, não menos importante, a consciência da cidadania e dos direitos individuais e coletivos.
Para começar, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, uma parte da cidade, o leste onde foi erguida a Vila Olímpica, se tornou zona de ocupação militar.
Por toda a Londres, nos próximos dias, serão espalhados 13.500 soldados – mais do que as forças inglesas no Afeganistão. Além dos soldados, mais 3.500 homens das polícias e de empresas de segurança.
Ainda nessa questão da segurança, o que assusta e irrita os ingleses é o que consideram ataques aos seus direitos individuais e coletivos. Cidadãos de seis áreas residenciais pediram à Justiça a retirada das baterias de mísseis embutidas em seus prédios e vizinhanças. Há dias, a Justiça negou. Multiplicam-se os protestos. Por motivos lógicos.
A íntegra.