domingo, 5 de agosto de 2012

A direita armada

Em São Paulo, policiais militares conhecidos por ações violentas são subprefeitos e disputam vagas na Câmara Municipal apoiados por Serra e Kassab. É a militarização da política pela direita 27 anos depois do fim da ditadura militar. Dessa vez, a direita não usa o Exército, mas sua "força auxiliar", a PM. Está passando da hora da sociedade olhar para esse fato, de conhecer a formação desses policiais e das Forças Armadas (será que continuam sendo treinados pelos EUA no Panamá?) e de se completar o que até hoje não foi feito: a reforma do aparato militar e a criação de uma polícia da democracia.

Do Blog do Zé Dirceu.
Abre-se agora o jogo dos que deram espaço à extrema direita militar Conforme coloquei e adverti várias vezes aqui no blog, não era de graça que o prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD) -- principal aliado de José Serra na disputa eleitoral deste ano -- e os tucanos alavancavam carreiras políticas de praças e oficiais da PM paulista. O prefeito, inclusive, nomeando coronéis da reserva da PM para praticamente todas as subprefeituras da capital.
Agora essa movimentação revela a que veio. Encerradas as convenções, fechadas as chapas de candidatos à Câmara Municipal, dois coronéis, um ex-comandante da Polícia Militar, Álvaro Camilo, outro Paulo Telhada, ex-chefe da Rota - Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, saíram candidatos a vereador pelo PSD (de Kassab) e pelo PSDB (de José Serra) respectivamente.
A Rota, nem preciso lembrar, é considerada uma das polícias mais truculentas do país e agora está no centro da crise da insegurança, da chamada "escalada da violência" reconhecida pelo próprio governo estadual em São Paulo.
A Camilo e a Telhada, se juntam mais dois policiais como candidatos a vereador, o ex-sargento PM Abou Anni (PV) e o delegado licenciado da Polícia Civil Celso Jatene (PTB).
Camilo, um dos militares que mais acumularam poder junto a Kassab, indicou ou é o principal avalista da indicação de todos os coronéis que ocupam 30 das 31 subprefeituras de São Paulo nomeados pelo prefeito.
O coronel Camilo esteve à frente de duas das principais -- e de mais triste memória -- operações policiais realizadas mais recentemente em São Paulo: a ocupação militar da reitoria da USP e a desastrada reintegração de posse de um terreno no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos (SP), deixando feridos e milhares de pessoas desabrigadas.
A íntegra.