terça-feira, 21 de agosto de 2012

Direitos humanos: operário torturado em obra do PAC

Empreiteiras e polícia militar, unidas para explorar e torturar. Esta notícia nada tem a ver com o artigo do Boaventura, logo abaixo. No entanto, parece ter sido escrita para confirmá-la, exemplificá-lo. O bom da história é que é da Agência Brasil, pública, o que também confirma mais uma vez a liberdade de imprensa nos governos Lula e Dilma, coisa que não acontece em governos tucanos. A TV Cultura de SP e a TV Minas, por exemplo, não têm essa independência para informar.

Da Agência Brasil
Operário denuncia em CPI que foi torturado para confessar participação no incêndio em Jirau
Pedro Peduzzi
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas ouviu hoje (21/8/12) o operário Raimundo Braga de Souza, que trabalhou na Usina Hidrelétrica Jirau, em Rondônia. Ele denunciou ter sido preso por 54 dias e espancado "diversas vezes" por policiais militares do estado e da Força Nacional para admitir participação no incêndio em 37 alojamentos da obra ocorrido em abril e também delatar responsáveis.
Sem provas de sua participação no crime, Raimundo foi absolvido pela Justiça. "Eles [os policiais] queriam que eu confessasse algo que não fiz e que apontasse quem teria feito aquilo", disse referindo-se ao incêndio. Durante a audiência na Câmara, diversos deputados manifestaram apoio ao operário, que até hoje não conseguiu reaver seus documentos, provavelmente queimados no incêndio.
A CPI, instalada na Câmara dos Deputados, também deverá solicitar que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar o desaparecimento de 13 operários da obra, do mesmo modo considerados à época suspeitos de envolvimento com o incêndio. Raimundo diz que o motivo do desaparecimento deles foi "o medo de serem repreendidos".
Segundo o secretário de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, Marcelo Nascimento Bessa, Raimundo foi preso por ter sido encontrado no local com um isqueiro e por ter sido apontado por testemunhas de estar entre as pessoas que incendiaram o canteiro de obras. "Ele estava com um isqueiro porque, como todos sabem, é fumante há muitos anos", retrucou o advogado do operário, Ermógenes Jacinto de Souza.
A íntegra.