segunda-feira, 25 de março de 2013

A eleição de 2018 ou a reeleição da presidente Dilma

O melhor analista político brasileiro compara as eleições de 1998, 2006 e 2014 e o comportamento da "grande imprensa". Campos, Marina, Aécio são todos alternativas à direita ao PT. Do ponto de vista do avanço do País o que falta é uma alternativa à esquerda, que ocupe o lugar que cabia antes ao PT. Quando o PT se tornou governo e fez alianças à sua direita para obter maioria no Congresso e governar, moveu-se para o centro e deixou um lugar vazio na esquerda, até hoje não ocupado. Isto é da lógica política: também a direita se move para o centro, quando chega ao poder. O maior prejuízo é que o PT levou com ele grande parte das lideranças sindicais e sociais. Também a estas falta agora uma alternativa à esquerda. Sem uma força puxando-o para a esquerda, o PT tende a ir cada vez mais para a direita, porque é para a direita que o sistema puxa: governo é sinônimo de trabalho e realidade, mas também de acomodação e corrupção.

Da CartaCapital. 
A eleição de 2014 parece resolvida. Por mais que alguns se aborreçam Por Marcos Coimbra
As eleições de 2014 ainda estão, para a vasta maioria da população, a uma distância colossal. Nas pesquisas, só depois de algum esforço, os cidadãos se recordam de que elas ocorrem daqui a um ano e meio.
Enquanto isso, nos meios políticos e na "grande imprensa", é como se fossem acontecer amanhã.
Será nossa terceira eleição nacional em que o presidente em exercício é candidato. Antes de Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e Lula, em 2006, passaram pela experiência. Ambos tiveram sucesso, de maneiras diferentes.
A que temos no horizonte se assemelha àquela do tucano. Nada indica que Dilma terá de lidar com turbulências tão fortes quanto as que atingiram Lula, seu governo e o PT em 2005 e 2006. Nem o mais exaltado oposicionista imagina que ela venha a enfrentar situação análoga à que seu antecessor viveu nos meses de auge das denúncias do "mensalão".
Dilma deve disputar seu novo mandato em um momento mais marcado pela normalidade do que pela excepcionalidade: sem crises agudas na economia, na política ou no cotidiano da sociedade. Em 1998, FHC enfrentou uma crise econômica séria, mas não suficientemente séria para impedir sua vitória relativamente tranquila.
Apesar dessa semelhança, é grande o contraste entre o ambiente de opinião que vivíamos em 1997 e o de agora.
A partir de junho daquele ano, quando promulgada a emenda que permitiu a FHC concorrer a um novo mandato, entramos em período de calmaria. O escândalo da compra de votos para aprovar a mudança constitucional havia amainado, a tropa de choque governista impedira a instalação de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito e a Procuradoria-Geral da União, dirigida por alguém escalado para tudo engavetar, mantinha-se inerte. Os ministros da Suprema Corte preferiam se entreter com outras coisas.
Nesse clima de tranquilidade, ninguém se pôs a especular a respeito de nomes e cenários. Dir-se-ia que, uma vez estabelecido que FHC seria candidato, independentemente dos meios utilizados, os comentaristas e analistas ficaram satisfeitos com a perspectiva de que ele viesse a vencer as eleições seguintes. É como se achassem que não era somente natural, mas desejável que o peessedebista permanecesse no Planalto por mais quatro anos.
Um claro sintoma da pasmaceira é que nem sequer se fizeram pesquisas sobre a eleição até o fim de 1997 (ao menos não foram divulgadas). Apenas uma foi publicada, em novembro. Ninguém se mostrava ansioso a respeito de quem tinha condições de ganhá-la.
O jogo havia sido jogado e o PSDB parecia imbatível.
A vantagem de FHC sobre seus oponentes era, no entanto, muito menor do que a de Dilma hoje.
A íntegra.