terça-feira, 19 de março de 2013

A história da relação do papa argentino com a ditadura

Um artigo longo mas esclarecedor. Bergoglio está mais para Pôncio Pilatos do que para Francisco de Assis.

Da Agência Carta Maior. 
A única verdade é a realidade 
Por Horácio Verbitsky, do Página 12.
A qualificação deste diário pelo porta-voz do Vaticano como sendo de "esquerda anticlerical" revela a continuidade de arraigadas tradições. É o mesmo que o agora papa fez há 37 anos com seus sacerdotes, ainda que naquele momento isso implicasse um grave perigo. As acusações contra Bergoglio foram formuladas pela primeira vez antes que o Página/12 existisse. Seu autor foi Mignone, diretor do órgão oficial da Ação Católica, Antorcha, fundador da União Federal Democrata Cristã e vice-ministro da Educação na província de Buenos Aires e na Nação.
Nenhum desses cargos podia ser alcançado sem a benção episcopal. Em seu livro "Igreja e ditadura", de 1986, Mignone escreveu que os militares limparam "o pátio interno da Igreja, com a aquiescência dos prelados". O vice-presidente da Conferência Episocpal, Vicente Zazpe, revelou que pouco depois do golpe a Igreja acordou com a Junta Militar que, antes de deter um sacerdote, as Forças Armadas avisariam o respectivo bispo. Mignone escreveu que “em algumas ocasiões a luz verde foi dada pelos próprios bispos” e que a Armada interpretou a retirada das licenças de Yorio e Jalics e das "manifestações críticas de seu provincial jesuíta, Jorge Bergoglio, como uma autorização para agir". Para Mignone, Bergoglio é um dos "pastores que entregaram suas ovelhas ao inimigo sem defendê-las nem resgatá-las".
Duas décadas depois encontrei por acaso as provas documentais que Mignone não conheceu e que confirmam seu enfoque do caso. O fato de Bergoglio ter ajudado outros perseguidos não é uma contradição: o mesmo foi feito por Pío Laghi e inclusive Tortolo e Victorio Bonamín.
A íntegra.