terça-feira, 30 de abril de 2013

Havelange e Teixeira: com quem o PT foi se meter

Ao decidir chegar ao poder e ser o partido do capital (nenhum partido pode governar no capitalismo sem ser o partido do capital) para realizar pelo menos alguns dos seus projetos sociais (e é inegável que é melhor do que qualquer governo anterior desde 1964), o PT se meteu gente, digamos, pouco honesta, entre eles os dirigentes da Fifa e da CBF. A copa de 2014 está escrevendo as piores páginas dos governos do PT. (Antes que tucanos e outros falsos democratas e moralistas se manifestem, é preciso dizer que fazem o mesmo ou pior -- basta ver o caso do Mineirão --. E olham com olhos de inveja para o "sucesso" de Lula e Dilma.)

Do Blog da Kika Castro.
A Fifa varre -- mas não pune -- suas vergonhas  
por José de Souza Castro
Segunda maior organização internacional em número de associados, mais que a ONU e o Comitê Olímpico, a Fédération Internationale de Football Association (Fifa) deixou de ter como presidente de honra o brasileiro João Havelange. Ele renunciou ao cargo há 12 dias, mas a decisão só foi revelada hoje ao mundo, com a divulgação do relatório do Comitê de Ética da Fifa.
O relatório afirma que Havelange agiu com uma "conduta moralmente e eticamente reprovável". Mas enfatiza que aceitar propina não era considerado um crime na Suíça na época do ocorrido. Cita também o ex-genro de Havelange e seu sucessor na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que renunciou em 2012 a esse cargo e ao Comitê Executivo da Fifa, depois que a entidade começou a apurar as denúncias de suborno pago pela empresa de marketing esportivo ISL, entre 1992 e 2000, totalizando US$ 22 milhões, para ganhar os direitos de transmissão de várias Copas do Mundo.
Não há qualquer punição prevista para os dois brasileiros. A suíça ISL teve sua falência decretada em 2001. Na década anterior, a empresa ficou mundialmente conhecida por sua parceria com a Fifa, que era presidida por Havelange desde 1974, até ser substituído em junho de 1998 por Joseph Blatter, um economista suíço. O Código de Conduta da entidade só foi criado em 2004. Recentemente, documento divulgado pela Justiça da Suíça sugeriu que Blatter, que tinha cargos na diretoria da Fifa desde 1975, sabia sobre um pagamento de 1 milhão de francos suíços a Havelange em 1997.
O relatório assinado pelo presidente do Comitê de Ética da Fifa, o juiz alemão Hans-Joachim Eckert, livra Blatter, ao afirmar que não há elementos que indiquem que ele foi responsável ou esteve ligado aos pagamentos feitos aos dois brasileiros e ao paraguaio Nicolás Leoz. Este deixou na semana passada a presidência da Confederação Sul-Americana de Futebol e renunciou a seu cargo no Comitê Executivo da Fifa. O paraguaio é acusado de receber suborno de US$ 700 mil.
A íntegra.

Do Viomundo.
Havelange e Teixeira: livres, leves e soltos  
por Luiz Carlos Azenha 
João Havelange renunciou ao "cargo" de presidente de honra da Fifa. Ficou livre de qualquer acusação formal por parte da comissão de ética da entidade. FIFA e ética não deveriam frequentar a mesma frase.
A impunidade vale também para o ex-genro de Havelange, Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo de presidente da CBF e hoje vive nos Estados Unidos.
O que "quebrou" Teixeira foi a separação da filha de Havelange, Lúcia, que foi à Justiça e congelou todos os negócios do ex-marido. Inclusive a sociedade dele com a Sanud, empresa através da qual a RLJ Participações Ltda -- R de Ricardo, L de Lúcia e J de João -- recebia as propinas pagas pela empresa de marketing ISL no principado de Liechtenstein.
O objetivo óbvio do relatório foi livrar o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, de qualquer acusação formal, permitindo que ele presida os próximos eventos da entidade como se nada tivesse acontecido.
O documento da Fifa confirma que os cartolas brasileiros devolveram 2,5 milhões de francos suiços da propina (cerca de R$ 5,3 milhões de reais). Como o total que receberam chega perto, em valores de hoje, dos R$ 20 milhões de reais, Havelange e Teixeira sairam no lucro: livres, leves, soltos e ricos.
Modéstia à parte, fomos os primeiros a divulgar no Brasil a lista das propinas, em junho de 2011:
A íntegra.