sábado, 8 de junho de 2013

Moradores ocupam prédio do Vila Viva em Belo Horizonte

Esta é uma prática comum do capital. O Estado vai realizar uma obra cuja justificativa é o desenvolvimento e para isso precisa remover moradores, destruir suas moradias, mudar radicalmente sua vida -- para pior. São pessoas pobres, gente do povo, trabalhadores, enfim, mas a obra -- o progresso, o desenvolvimento -- consegue tornar sua vida pior.
Isso acontece no interior e nas cidades, na construção de hidrelétricas e na construção de avenidas, em obras para a copa e até na construção de moradias populares. Não começou nos governos do PT, ao contrário, vem desde JK, que começou o desenvolvimentismo; os governos do PT só continuaram, e às vezes com mais sensibilidade social, mas com a mesma disposição do desenvolvimento.
Como os atingidos são sempre uma população local, o Estado -- com sua propaganda e imprensa -- os trata como uma minoria que resiste aos interesses da maioria -- nós, todos os outros. Na verdade, os interesses que estão prevalecendo são do capital, o outro nome do desenvolvimento.
O que ninguém nunca viu nem verá é uma obra que desaloja ricos -- por exemplo: uma grande obra no condomínio de luxo em Brumadinho no qual mora o prefeito de Belo Horizonte. Por que será?

Do movimento Quem luta educa, por e-mail (quemlutaeduca@gmail.com).
Famílias atingidas pelo Vila Viva ocupam prédio abandonado da Prefeitura na PPL
Moradores exigem moradia na própria comunidade 
Mais de sessenta famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) ocuparam na manhã de sábado (8/6/13) um dos prédios do programa Vila Viva na Pedreira Prado Lopes (PPL), região Noroeste da capital. As famílias reivindicam que o prédio, abandonado há aproximadamente três anos, seja destinado para a moradia de famílias pobres da própria comunidade.
Moradores denunciam que as obras estão paradas. Mais de 730 famílias foram removidas de suas casas, e grande parte até agora não teve solução definitiva da Prefeitura. Enquanto isso, convivem com os entulhos dos restos das demolições e esgoto a céu aberto.
"Todo lugar que a gente vai na comunidade tem buraco, tem usuário de droga, tem lixo", protesta a professora Valéria Borges.
O Programa Vila Viva começou em Belo Horizonte, no Aglomerado da Serra em 2005, e na PPL em 2008. Com a promessa de reurbanizar as favelas e vilas da capital, melhorar a mobilidade, construir aparelhos do Estado – como Umei, centro cultural, escolas e postos de saúde – e resolver a questão da moradia, com remoção de áreas de risco e realização de obras de saneamento básico.
O Vila Viva tem R$ 1,5 bilhões de orçamento, obtidos junto ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Para a PPL, são R$ 49 milhões previstos.
Segundo a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), responsável pela execução do programa, o Vila Viva prevê a construção de 410 unidades habitacionais para reassentamento de parte das famílias removidas na Pedreira. No entanto, moradores denunciam que alguns prédios serão ocupados por pessoas de outras regiões da cidade, não beneficiando famílias em situação de vulnerabilidade social da própria Pedreira.
A ocupação do prédio reivindica a destinação dos apartamentos prontos e vazios para moradores da PPL, o retorno das atividades da Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei) e do Centro Cultural. A Umei da PPL está fechada para reformas há mais de um ano. O Centro Cultural, fechado há cinco anos, realizava atividades de mobilização e convivência, lazer para idosos, acesso à internet e à biblioteca, com acervo de aproximadamente 15.000 livros. Além disso, cobra a conclusão de obras de saneamento básico e o asfaltamento das vias.
Nova ocupação é batizada de Dona Maria 
Dona Maria era moradora e foi removida da Pedreira Prado Lopes pelas obras do Vila Viva contra sua vontade. Quatro meses depois, morreu de desgosto.
Contatos:
Maíra Gomes: (31) 9423 4227 / Vinícius Moreno: (31) 8538 7901 / Márcio Adriano: (31) 9683 8099
Saiba mais:
Matéria do MG TV sobre Umei da PPL: http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/mgtv-1edicao/t/edicoes/v/creche-na-pedreira-prado-lopes-esta-fechada-ha-quase-um-ano/2616539/
Vídeos do MTD sobre situação da comunidade:
http://www.youtube.com/watch?v=TM4imF6txEI
http://www.youtube.com/watch?v=N-14DhjiaB4
http://www.youtube.com/watch?v=sDPzZvq6NNI
http://www.youtube.com/watch?v=8lGZONNFQDY