segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A repercussão internacional da nova imprensa brasileira

O que a Mídia Ninja faz é o que em outros tempos a velha imprensa fazia e agora não faz mais, porque virou partido de oposição e trocou o jornalismo pela política. A diferença da nova imprensa na internet são suas possibilidades de jornalismo democrático, colaborativo, ágil.

Da DW Brasil.
Ascensão da Mídia Ninja põe em questão imprensa tradicional no Brasil 
Alcance do grupo alternativo de comunicação explodiu com os protestos de junho. Entusiastas aplaudem proximidade dos ativistas com acontecimentos, mas analistas ponderam necessidade de contextualizar informação.
A cada duas horas, em média, o grupo Mídia Ninja posta uma nova foto, link ou relato em sua conta no Facebook. Continuamente, o saite PósTV (www.postv.org) transmite vídeos ao vivo e sem cortes de debates e protestos. Atualmente concentradas em atos contra os governadores do Rio, Sérgio Cabral, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, as publicações parecem atestar a onipresença do grupo que, por sua cobertura ao vivo, foi chamado de "mídia social das manifestações no Brasil" no blog América Latina, do diário francês Le Monde.
A repercussão da Mídia Ninja (acrônimo de Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) registrou seu ápice durante as manifestações de junho no Brasil, quando centenas de milhares de cidadãos foram às ruas para protestar contra a corrupção, os gastos excessivos do governo com a Copa do Mundo de 2014, a falta de infraestrutura e de investimentos na área da saúde e educação, entre outros motivos.
"[O grupo] entrou em evidência porque as pessoas estavam esperando uma cobertura mais próxima sobre o que estava acontecendo nas ruas", explica o jornalista Bruno Torturra, líder dos ninjas e ex-diretor de redação da revista Trip, onde trabalhou por 11 anos. "Acho que a mídia [tradicional] não soube ler rápido o que estava acontecendo nas redes e nas ruas, e estávamos sempre presentes nos protestos, transmitindo tudo ao vivo, fotografando e dando o ponto de vista dos manifestantes. Acho que tinha uma demanda muito grande de uma cobertura independente, e a gente estava lá."
"O Ninja estava presente onde a grande mídia não esteve", constata também o jornalista e sociólogo Venício A. de Lima, professor titular aposentado de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (UnB).
A íntegra.