quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Médicas com cara de domésticas ou por que o fascismo não tem chance no Brasil

Esses jornalistas e esses médicos protofascistas, que se consideram parte de uma raça superior, branca e de olhos azuis, com nomes anglo-saxões, são uma minoria, embora habituada ao poder, e se fizerem exame de DNA descobrirão que têm no sangue os genes das "empregadas domésticas". Estão escrevendo uma página vergonhosa da medicina brasileira, mas, felizmente, lutam uma luta perdida. A declaração dessa jornalista é a pá de cal na resistência aos médicos cubanos, pelo menos do ponto de vista que interessa, o da população brasileira a quem, afinal, eles vêm servir. O povo que tem "cara de empregada doméstica", que frequenta o SUS e planos de saúde, sabe que o Brasil precisa de mais -- e melhores -- médicos. As redes sociais apenas possibilitaram que as pessoas digam o que realmente pensam. Possibilitam também que reflitam e melhorem. Racismo é crime.

Do G1.
Jornalista diz que médicas cubanas parecem 'empregadas domésticas'
A declaração de uma jornalista do Rio Grande do Norte sobre a aparência das médicas cubanas que chegaram ao Brasil para trabalhar no Programa Mais Médicos gerou polêmica nas redes sociais nesta terça-feira (27/8/13). A jornalista Micheline Borges publicou que as médicas têm cara de "empregada doméstica" e questiona se as mulheres são mesmo profissionais da saúde. "Será que são médicas mesmo?", contesta. Ela excluiu a conta na rede social após a repercussão da mensagem, que gerou mais de cinco mil compartilhamentos até as 16h desta terça.
"Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas tem uma Cara de empregada doméstica. Será que São médicas Mesmo? Afe que terrível. Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência...Coitada da nossa população. Será que eles entendem de dengue? Febre amarela? Deus proteja O nosso povo! (sic)", diz a mensagem postada durante a manhã.
Ao G1, a jornalista pediu desculpas aos que se sentiram ofendidos e afirmou ter sido mal interpretada. "Foi um comentário infeliz, só gostaria de pedir desculpas, fiquei muito angustiada. Ganhou uma proporção muito grande nas redes sociais, onde as pessoas interpretam do jeito que querem. Não tenho preconceito com ninguém, não quis atingir ninguém, nem ferir a imagem nem a profissão de ninguém", declarou.
A íntegra.

Do Pragmatismo Político.
Médicos cubanos recebem flores um dia após agressões
Depois do protesto com vaias e xingamentos na abertura do curso (veja aqui), os médicos cubanos que chegaram ao Ceará pelo Mais Médicos receberam flores e aplausos de integrantes de movimentos sociais nesta terça-feira (27) na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza. Na saída do primeiro dia de aula do curso preparatório, os estrangeiros deram sorrisos e sinais de positivo para quem os esperava e receberam aplausos e gritos como "Cubano amigo, o povo está contigo".
"Estamos seguros. Confiamos no povo brasileiro e temos uma tarefa que vamos cumprir", afirmou o médico cubano José Armando Molina. Segundo ele, os médicos estrangeiros não ficaram assustados e tristes com o ato hostil que aconteceu na segunda-feira (26), quando foram chamados de "escravos" e "incompetentes".
"Vimos que aquilo foi feito por uma minoria de pessoas. Hoje foi o dia mais bonito desde que chegamos ao Brasil. Conhecemos que o povo brasileiro é irmão como somos dele. Estamos aqui para trabalhar para o povo brasileiro", disse.
A íntegra.