quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A aula da Mídia Ninja no Roda Viva

Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação). Foi de deixar a direita indignada e a esquerda perplexa, mas expressa um capítulo relevante das mudanças na sociedade brasileira, impulsionado pelas redes sociais, como escreveu Luís Nassif (vale a pena ler a análise do Nassif).
Um bom Roda Viva, que trata de assuntos importantes referentes à imprensa. Logo de início fica evidente o contraste entre desconforto dos velhos da velha imprensa (é patético o tom professoral do Caio Túlio ex-Folha; Suzana Singer parece uma velha rabugenta) e a condição absolutamente à vontade dos jovens da nova imprensa. A internet é um novo paradigma que os velhos tentam entender com a cabeça velha. Os velhos só estão preocupados com questões velhas, que dizem respeito à velha imprensa -- e que eles não foram capazes de resolver. O que eles têm a dizer sobre a independência da velha imprensa? Qualquer velho jornalista sabe que ela acaba onde começa a dependência do departamento comercial do jornal, revista, rádio ou tevê. Isso para não dizer do veículo que atua como partido político, como acontece no Brasil explicitamente desde 2002. O mais impressionante é que o velhos (com exceções não enfáticas) expressam uma visão de jornalismo que exclui a liberdade de expressão de todos os pontos de vista e pressupõe imparcialidade, o que ela evidentemente não tem, mas prega. Curioso também que os velhos entrevistadores tenham tempo e sossego para perguntar, mas sempre exijam rapidez dos jovens entrevistados e os interrompam. Mal nasceu, a Mídia Ninja passa por um interrogatório implacável que nunca foi feito à Globo, à Veja, à Folha, por exemplo. As cabeças velhas simplesmente não conseguem entender o que os jornalistas ninjas falam. E, no entanto, eles se saem muito bem, porque, ao contrário da velha imprensa, não têm o que esconder. E dão uma aula não só de nova imprensa, mas também de nova cultura e nova economia. Diz o Pablo: "A gente é uma experiência de um acúmulo de vinte anos de midialivrismo". Conti despediu-se com um programa à altura de velhos Rodas Vivas e que ficará na história.
PS: Aqui novo artigo do Nassif sobre a intolerância contra Mídia Ninja.