quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Will you still love me tomorrow?

A primeira gravação (The Shirelles) e a versão que eu conhecia, com a autora (Carole King).

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Som Imaginário: Matança do Porco

Lula, o ex-presidente democrata homenageado pelo Congresso

A "grande" imprensa selecionou a primeira parte do discurso de Lula, mas há a segunda. Há vários Lulas: para os obtusos, para o povo, para os outros. Lula apavora os protofascistas porque não se esquece da segunda parte do discurso, intrinsecamente progressista, e provoca a ira dos que se consideram de esquerda porque abraça os reacionários.

Da Agência Carta Maior.
Lula enaltece legislativo, mas cobra reforma política ampla 
Homenageado pela Câmara e pelo Senado, o ex-presidente destacou a importância do parlamento para a democracia 

Por Najla Passos, de Brasília 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retribuiu à altura as homenagens que lhe foram prestadas pela Câmara dos Deputados, nesta terça (29/10/13), quando foi agraciado com a comenda "Suprema Distinção", pela sua trajetória política inédita, e com a medalha Constituinte, pela sua participação na elaboração da histórica Carta de 1988.
Em um discurso ovacionado mesmo por parlamentares da oposição, o ex-metalúrgico dividiu com o congresso todos os méritos de seu governo. "Se o motivo desta homenagem é o resultado que obtivemos na presidência da República, quero compartilhá-lo, de coração, com os deputados que contribuíram para mudar o Brasil, incluindo mesmo aqueles que fizeram oposição ao meu governo", afirmou.
Lula também fez uma defesa apaixonada da capacidade de negociação, do respeito às decisões da maioria, do legislativo, da democracia e, consequentemente, da atividade política. "Não há nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, que a negação da política tenha trazido algo melhor do que a política. O que aparece sempre quando se nega a política é um grupo praticando, na verdade, a ditadura", destacou.
Mas o ex-metalúrgico que se tornou presidente da república também cobrou da casa as reformas necessárias para consolidar esses 25 anos de período democrático e resgatar a vitalidade daquele congresso constituinte que andava em sintonia com os anseios da população. "Não podemos nos iludir. Apesar dos grandes serviços prestados pelo congresso, o sentimento difuso na população é que esta casa tem mais ouvidos para o poder econômico do que para a sociedade", provocou.
Para Lula, é imperativo que a casa enfrente o desafio de concretizar uma reforma política. "É de requalificar a democracia que estamos falando. E isso significa requalificar os partidos, diminuir a influência do poder econômico nas eleições e ampliar as formas de participação da sociedade no processo legislativo. É uma agenda que exige a coragem de romper com a acomodação, com velhos vícios, com o medo de mudar", provocou.
O ex-presidente cobrou também o combate ao fisiologismo, a defesa da fidelidade partidária e a redução do número de legendas. "Nada contribui tanto para desmoralizar a política do que vermos partidos atuando como reles balcão de negócios, alugando prerrogativas como tempo de propaganda e o acesso a fundos públicos". E defendeu, ainda, a democratização da mídia. "Essa mudança de qualidade no processo político eleitoral requer ainda o esforço para democratizar o acesso aos meios de comunicação. O direito à informação correta é outro requisito fundamental para o equilíbrio democrático na disputa eleitoral", acrescentou.
A íntegra.

Arnaldo Baptista artista plástico

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dois "mensalões", dois pesos e duas medidas

Aos petistas, julgamento no STF, sem direito a recursos, condenação sem provas e penas elevadas; aos tucanos, julgamento na justiça regional e absolvição. É a justiça brasileira.

Do Jornal GGN.
Mensalão mineiro: MPF vai recorrer da absolvição do executivo Holton Brandão 
O MPF MG (Ministério Público Federal em Minas Gerais) recorreu, nesta segunda-feira (28/10/13), da sentença proferida pelo juiz da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte, que absolveu mais um executivo do Banco Rural, Holton Gomes Brandão, dos crimes praticados no processo conhecido como mensalão mineiro. O recurso será julgado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília.
O ex-vice-presidente Holton Brandão, integrante da Diretoria Executiva e do respectivo Conselho de Administração do Banco Rural na época, foi denunciado pelo MPF MG em 2008, juntamente com outras 25 pessoas, pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, as empresas DNA Propaganda e SMP&B Comunicação Ltda., controladas por Marcos Valério, Clésio Andrade, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, conseguiam empréstimos temerários e fraudulentos perante o Banco Rural, destinando parte deles para o financiamento da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) e Clésio Andrade (PMDB) ao governo de Minas Gerais.
A íntegra.

O Estado de violência no Brasil

Um coronel da PM foi espancado por supostos black blocs e o fato causou indignação, mas a polícia mata diariamente e a imprensa acha normal. Autoridades lamentam e até detectam o problema, mas nada fazem para mudar o Estado de violência sob o qual vivemos. Da mesma forma como os governos reagem com rapidez e rigor contra o "vandalismo", ressuscitando inclusive a famigerada Lei de Segurança Nacional da ditadura, deveriam reagir contra a violência policial, muito mais antiga, mais geral e mais devastadora.

Do Blog do Planalto.
Dilma presta solidariedade à família de Douglas Rodrigues
A presidenta Dilma Rousseff prestou solidariedade à família de Douglas Rodrigues. O jovem foi morto por um policial militar no domingo (27/10/13) em São Paulo. Em sua conta no Twitter, a presidenta disse ter recebido com tristeza a notícia da morte de Douglas.
"Foi com tristeza que soube da morte do jovem Douglas Rodrigues, de apenas 17 anos, na zona Norte de SP. Nessa hora de dor, presto minha solidariedade a sua família e amigos. Assim como Douglas, milhares de outros jovens negros da periferia são vitimas cotidianas da violência. A violência contra a periferia é a manifestação mais forte da desigualdade no Brasil", disse.

Do Diário do Centro do Mundo.
dilma-se-solidariza-com-coronel-pm-agredido-em-manifestacao



Cristina Kirchner vence, enfim, a batalha contra a oligarquia da comunicação

Grupo Clarin, a Globo argentina, terá de se desfazer de parte do império que controla a informação no país.

Do Opera Mundi.
Suprema Corte da Argentina declara Lei de Meios constitucional
Grupo Clarín contestava desde 2009 alguns artigos da normativa, que pretende regular o espectro radioelétrico argentino
Marina Terra 

A batalha judicial sobre a aplicação da LSCA (Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual) – a Lei de Meios – chegou ao fim nesta terça-feira (29/10) na Argentina. A Suprema Corte do país, com seis votos a favor e um contra, considerou constitucional todos os artigos fundamentais para a reconfiguração do espectro radioelétrico – alguns eram contestados pelo Grupo Clarín. Os recursos impediam a aplicação da lei em sua totalidade.
Os juízes Ricardo Lorenzetti, Eugenio Zaffaroni, Enrique Petracchi, Elena Highton de Nolasco, Juan Carlos Maqueda e Carmen Argibay votaram a favor da validez jurídica da norma, enquanto Carlos Fayt votou contra, segundo o jornal argentino La Nación. A decisão é final, ou seja, não cabe mais recurso.
A íntegra.

Privatizações e inflação

Em vez de promover a concorrência e a queda de preços, conforme o discurso neoliberal, as privatizações fizeram os preços disparar.

Do Jornalismo B
Serviços privatizados têm aumento superior à inflação entre 1995 e 2013
Alexandre Haubrich

Em uma de suas mais cínicas contradições, os veículos de comunicação ligados aos conglomerados midiáticos insistem na tese da "imparcialidade" e da "neutralidade" ao mesmo tempo em que defendem diariamente um ideário liberal bem claro, do qual faz parte a assim chamada "liberdade de mercado". Se apresenta absolutamente esquizofrênica a junção dessas duas práticas discursivas – a "imparcialidade" e a defesa do "livre mercado". Dessa última, faz parte reportagem do jornal Zero Hora que, nesta segunda-feira, tratou do tema do crescimento no preço dos serviços entre 1995 e 2013, consideravelmente maior do que o crescimento da inflação.
A chamada para a matéria está na capa, na manchete: "Em 18 anos de real, serviços sobem até o triplo da inflação". A linha de apoio já informa que "Contas que pesam no orçamento doméstico, como água, luz, telefone, transporte público e planos de saúde, tiveram reajuste de 474%, em média, diante dos 261% do IPCA". A matéria explica que há controle de preços sobre estes serviços, mas que nem isso segurou o aumento de suas tarifas.
A íntegra.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Globonews, movimentos sociais e PM

Historiador explica por que não aceita mais convites da emissora para entrevistas e comentários. E denuncia: "Instituições do Estado brasileiro da ditadura não foram redemocratizadas. Há um processo de fascistização das instituições policiais brasileiras". 

Da Causa Operária TV.

Por que lutam os black blocs

Jovens brasileiros do movimento que nasceu na Alemanha não se veem representados nos partidos políticos e não se identificam com as cores nacionais. No fundo, não diferem muito do povo brasileiro, que só se unia em torno da Seleção, e agora nem assim. A violência desses jovens que põem sua vida em risco choca a direita e a esquerda -- mas a primeira sempre a utilizou e a segunda se acostumou com ela.

Da BBC Brasil.
'Estamos lutando por algo que ainda não sabemos o que é', diz Black Bloc 
Maurício Moraes 

"Estamos lutando por algo que ainda não sabemos o que é, mas que pode ser o início de algo muito grande que pode acontecer mais para frente", diz uma integrante do movimento Black Bloc em entrevista à BBC Brasil.
A estudante de 23 anos escolheu o nome fictício de Iuan para conversar com a reportagem pelo telefone. Após a BBC Brasil fazer o primeiro contato pela página Black Bloc RJ no Facebook, a ativista ligou na hora marcada para a redação para dar a entrevista. Não queria divulgar seu número de telefone.
A jovem também se recusou a dar mais detalhes de sua vida e de sua participação no movimento. Só aceitou conversar com a garantia de total anonimato.
A estudante iniciou a entrevista ressaltando que não fala pelo movimento, reafirmando o caráter descentralizado e "sem lideranças" do Black Bloc.
Iuan se define como revolucionária, porém diz ser realista porque avalia que o Brasil ainda não oferece o cenário político e social favorável para uma revolução.
"Eu não diria que a revolução é uma realidade agora. Sabemos que revoluções de pensamento levaram dois séculos para acontecer. Mas posso dizer que isso pode ser o início de uma coisa muito grande daqui para frente", diz.
A estudante conta ter um "histórico de manifestações". Em junho, quando o país foi sacudido por uma onda de protestos, ela foi às ruas com o rosto pintado de verde-amarelo. "Aí, um dia, olhei para mim, me vi com verde e amarelo no rosto e pensei: por que eu estou assim, já que eu não tenho orgulho disso? Aí eu pensei: preto combina muito mais", conta a jovem.
A íntegra.

Eleição no PT: debates continuam

Este foi em Porto Alegre.

Do sítio Página 13.

Trotski na eleição Argentina

Uma novidade da eleição argentina de ontem foi o Partido de la Red (PdR), cujos integrantes pretendem usar a internet como meio de representação popular no parlamento, experimentando um "híbrido de democracia direta e indireta". Na sua campanha, usaram um cavalo de troia como símbolo e este vídeo em que Leon Trotski recomenda o voto no PdR. A oposição de esquerda trotskista ao stalinismo na antiga União Soviética tem raízes fortes na Argentina.
Do Opera Mundi.

Dilma: recursos de Libra se transformarão em creches e escolas em horário integral

A segunda coisa mais importante para que o Brasil se transforme num país realmente democrático é esta que Dilma anuncia: criar escolas públicas em horário integral para todas as crianças, de forma a dar as mesmas oportunidades para todos. Essas escolas precisam ser escolas de qualidade, com instalações e aparelhagens de primeira, como as das melhores escolas particulares, com prática de esportes e artes, além de refeições, médico, dentista. Esta é uma solução democrática necessária para um problema contemporâneo, que advém do trabalho feminino, das famílias muitas vezes sem pai, de crianças que passam o dia sozinhas ou sob cuidados de babás e avós, e muitas vezes obrigadas a trabalhar, inclusive para bandidos.
A primeira coisa mais importante, no entanto, é outra: é cuidar da qualidade do ensino que se vai ministrar, porque mais importante do que prédio e equipamentos são os educadores. Criança é para brincar, creches e ensino fundamental devem ser muito mais locais de socialização, que formem indivíduos autônomos, que aprendam a pensar e a conviver igualitariamente com as diferenças. Devem ser, enfim, ambientes bem melhores do que são as escolas de hoje, que despejam nas crianças conteúdos que nunca usarão, com disciplina de quartel e ambiente de prisão, com muros altos, celas (salas) e horários rígidos, para que as crianças não fujam.
Para que escolas em horário integral formem cidadãos democráticos é fundamental que tenham educadores e não professores, e é preciso que estes sejam considerados os profissionais mais importantes do País, mais que médicos ou engenheiros ou profissionais de informática, que sejam merecedores dos maiores salários e tratados com reverência por todos.

Do Blog do Planalto.
Leilão de Libra é passaporte para um futuro de prosperidade para o Brasil, afirma Dilma
A presidenta Dilma Rousseff explicou, no programa Café com a Presidenta desta segunda-feira (28/10/13), a importância e os principais benefícios do leilão do Campo de Libra para o país.
"Com esse leilão, demos um grande passo para a exploração do petróleo no pré-sal, usando um novo modelo, chamado modelo de partilha. Nesse novo modelo, o Brasil fica com 85% do petróleo retirado do fundo do mar e pode transformar essa riqueza em educação, em saúde, em desenvolvimento e criação de empregos para o povo brasileiro."
Dilma ainda detalhou como os recursos do petróleo serão investidos em educação – "o principal pilar para transformar o Brasil em uma grande nação". De acordo com a presidenta, serão criadas mais creches por todo o país, principalmente para as crianças mais pobres. Também será ampliado o número de escolas com educação em tempo integral. "Creches e ensino em tempo integral são fundamentais para alfabetizar as nossas crianças na idade certa", destaca Dilma.
A íntegra.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Aécio casa e banco paga lua-de-mel

Deu no O Globo.

Do Blog do Rovai. 
O casamento de Aécio Neves e a lua de mel com o BTG Pactual em Nova Iorque
Em uma cerimônia superdiscreta, como é do perfil do mineiro Aécio, que não costuma se deixar badalar por aí, o senador e candidato tucano à presidência da República, casou-se na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, com a modelo gaúcha Letícia Weber. Aécio é senador por Minas, mas casar em BH evidentemente que não é o caso.
A assessoria do senador informou que o casamento foi apenas no civil. Após a celebração,  o casal embarcou para Nova York, onde Aécio fez uma palestra para investidores a convite do Banco Pactual.
O jornal O Globo de hoje dá mais detalhes do caso:
"De acordo com a assessoria do tucano, o banco BTG Pactual havia convidado Aécio a fazer uma palestra num evento voltado para investidores estrangeiros em Nova York. O convite se deu em agosto e, como é de praxe, incluía passagens aéreas e hospedagem para o palestrante e um acompanhante. O banco reservou uma suíte para o casal, de segunda a quarta-feira, no hotel Waldorf Astoria. No caso de Aécio, segundo a assessoria, ele declinou de cobrar pela palestra."
A íntegra.

Liberdade de imprensa no Brasil de Cabral, Alckmin e Anastasia

Treze policiais militares um fotógrafo cercam e espancam um fotógrafo que cobre manifestação popular. pm
O relato do jornalista espancado:
"Neste ano estive em diversos confrontos entre a população civil e as forças de segurança, em diferentes países. As mais violentas que acompanhei, inclusive, não se deram no Brasil. Quando estive na Tunísia, em fevereiro, fazendo uma reportagem sobre os dois anos do início da Primavera Árabe, o líder da oposição local, Cokri Belaid, foi assassinado. Sua morte mergulhou o país em uma semana de protestos, os mais violentos desde a queda do ditador Ben Ali. Foram dias e dias de embates ferozes pelas ruas de Túnis. Lá, como aqui, fotografei todos os acontecimentos, de perto, e nenhum policial fez, sequer, menção de me agredir."
A íntegra.

O nascimento dos black blocs na Alemanha

Pode procurar: na Globo, na Folha, na Veja etc. você não vai ler um relato informativo sobre os black blocs, só aqui, na internet. Novidade aqui, eles são antigos na Europa; levaram 33 anos para chegar ao Brasil.

Do saite da Deutsche Welle. 
Polarizadores no Brasil, black blocs surgiram na Alemanha 
Vestidos de negro e com rosto coberto, adeptos do movimento promovem o dano material como forma de protesto. Tática lhes rende, em várias partes do mundo, a alcunha de vândalos. Mas o que está por trás de suas ações?
No último dia 8 de outubro, ruas do centro do Rio de Janeiro amanheceram como se houvera acontecido ali uma batalha. Prédios tinham a fachada manchada por coquetéis molotov, ônibus estavam queimados, e agências bancárias, de tão danificadas, estavam inutilizáveis. Entre os estabelecimentos comerciais, eram poucos os que não tinham marcas de destruição. Nem a sede de um consulado, o de Angola, escapou da depredação.
Na noite anterior, centenas de professores haviam escolhido o local para protestar por melhores condições de trabalho. Não demorou, no entanto, até que a violência se instaurasse. A marcha pacífica durou precisamente até o momento em que um grupo vestido de negro, com capuzes e faixas cobrindo o rosto, se infiltrasse.
Os black blocs são um dos elementos mais polarizadores da série de protestos que desde meados do ano acontecem no Brasil. Têm como ideologia questionar a ordem vigente – opõem-se ao capitalismo e à globalização. Sua principal arma é promover o dano material, e seus alvos costumam ser bancos, empresas e sedes de instituições públicas.
"Os black blocs não agridem pessoas, mas símbolos do poder. Eles não se consideram violentos porque entendem que um objeto não é vítima de violência. Para eles, violenta é a polícia, que agride os manifestantes e, ao mesmo tempo, protege o patrimônio dos bancos", afirma o cientista político Pedro Fassoni Arruda, especialista em movimentos sociais da PUC-SP.
A íntegra.

Um raro, amplo, diversificado e longo debate sobre a imprensa nos dias de hoje

É preciso só superar os primeiros minutos.

O leilão de Libra, segundo Dilma

"Um marco na história do Brasil", disse a presidenta.
O leilão do Campo de Libra foi também mais um embate de informação, no qual a velha imprensa protofascista se empenhou em boicotar a iniciativa do governo Dilma.
Uma coisa é certa: foi a primeira vez na história do País que a direita se manifestou contra a entrada de capital estrangeiro de grandes multinacionais, como a Shell e a Total. De quebra apoiou críticas à privatização. Mais dois acontecimentos históricos. 

A inconsistência de Eduardo Campos

O Brasil precisa de alternativas consistentes à esquerda, mas as que aparecem são de direita. E também inconsistentes. Para alguns que não vivem em Minas, Aécio parece ser uma alternativa, mas os mineiros críticos sabem que ele é uma espécie de Collor, um coronel das montanhas que vive no Rio, um líder muderno produzido com muita propaganda e produzindo muita incompetência. Campos agora surge como mais um Aécio. Esta análise do leilão do Campo de Libra vai se firmando como a mais correta, apesar do apelo inexplicável à ação do Exército contra os opositores, apesar da defecção de líderes petroleiros. O senador Roberto Requião é uma rara voz de esquerda consistente; ele observa que, embora a Petrobrás detenha 40% de do Campo de Libra, 35% da empresa foram doados a particulares pelo ex-presidente FHC, por isso na prática a Petrobrás detém só 26%. De qualquer forma, só o futuro e os resultados dirão se o governo estava correto ao entregar para estrangeiros parte do poço de petróleo descoberto pela estatal brasileira no subsolo do mar.
PS: Shigeaki Ueki, ex-presidente da estatal e ex-ministro das Minas e Energia da ditadura, disse que o leilão foi "um negócio da China" para o Brasil.

Do Brasil Atual.  
Para criticar leilão de Libra, Eduardo Campos 'esquece' até de Pernambuco  
por Helena Sthephanowitz 

Desde que bandeou-se para a oposição, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ficou ansioso para criticar toda e qualquer ação governamental, muitas vezes com pouca consistência, repetindo argumentos frágeis da oposição e da mídia tradicional.
No dia seguinte ao recente leilão do campo petrolífero de Libra, Campos disparou: "Acho que todos os brasileiros e brasileiras viram com muita decepção uma área gigante do pré-sal, o campo de Libra, ser leiloado pelo preço mínimo...". Depois de se sentir rebatido por uma declaração do ex-presidente Lula defendendo o êxito do leilão, o governador tentou polemizar: “Eu lamento. Acho que todos deviam lamentar, que uma riqueza expressiva não tenha tido a disputa, um leilão efetivamente, porque leilão é quando você tem mais de um ofertando preços maiores e com condições melhores para o país”.
A visão de Campos mostra despreparo para lidar com o assunto. Mostra também a pouca amplitude de sua visão e, sobretudo, sua adesão ao neoliberalismo tucano, para tratar com as questões do pré-sal. Haver grande disputa de lances no leilão não quer dizer que seja bom para a nação. Pelo contrário, poderia significar que as exigências mínimas do edital para preservar os interesses do povo brasileiro teriam sido frouxas demais e excessivamente dóceis às petroleiras privadas, atraindo um grande número de interessados no ganho fácil e compromisso quase nenhum.
Se houve no final do processo apenas um consórcio composto por cinco empresas de quatro países diferentes é porque as exigências iniciais do edital já foram grandes, mas bem dimensionadas, tanto para preservar os interesses da nação, como para não inviabilizar a operação comercial.
Para ter a ilusão de uma disputa acirrada, bastaria reduzir os percentuais mínimos de partilha, diminuir as obrigações de investimentos e estender prazos, além de reduzir as exigências de encomendas de equipamentos de fabricação nacional. Ou seja, deixar na mão invisível do mercado definir quais seriam esses percentuais. Mas isso é o que prega o neoliberalismo, com o governo deixando para o deus-mercado "precificar" os termos do leilão, em vez do governo, legítimo representante do povo brasileiro, fazê-lo.
A íntegra.

Do blog Viomundo.
Requião sustenta que entrega de Libra foi de 74%
Nesta sexta-feira (25/10/13) o senador Roberto Requião (PMDB/PR) voltou a falar do leilão do Campo de Libra, área localizada da Bacia de Santos (SP) com reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. “O petróleo encontrado em Libra tinha que ser explorado diretamente pelo Estado. Cem por cento do petróleo brasileiro para o Brasil, para o nosso desenvolvimento, para políticas de educação, saúde, desenvolvimento econômico do nosso país”, reforçou.
Desde o início, o senador foi contra o leilão e o contrato da partilha de produção da área adotado pelo Governo Federal. Para ele, trata-se de "uma privatização de burca, uma privatização envergonhada, uma privatização que não mostra a sua verdadeira face, a sua verdadeira natureza".
As empresas Shell e Total entraram com 20% de participação no leilão cada uma. As empresas chinesas Cnpc e Cnooc entraram cada uma com 10%. E a Petrobrás detém os outros 40%. "Temos 60% do projeto de Libra nas mãos de empresas estrangeiras. Mas não podemos esquecer que o governo do Fernando Henrique Cardoso vendeu na Bolsa de Nova Iorque 35% das ações da Petrobras", frisou.
A íntegra.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Contra a escola

Escola em tempo integral para todas as crianças -- para elas brincarem, fazerem arte, praticarem esportes e a convivência, acima de tudo. A ideia de que as crianças devem aprender um mundo de coisas que nunca vão usar (que adulto é capaz de fazer uma prova de português, matemática, biologia, física ou química com matéria dada a alunos do ensino fundamental ou do segundo grau?) serve ao propósito do capital, que quer formar mão-de-obra submissa à autoridade autoritária; serve à ideologia individualista que forma adultos competitivos, que não se importam com a coletividade, pois seu foco é resolver seus problemas particulares, é "vencer na vida". Trata-se de uma ideologia do século XIX inadequada para o século XXI. A escola tradicional -- dividida em classes lotadas de alunos sentados em carteiras, todos olhando na mesma direção, para o quadro e a professora, "aprendendo" as mesmas coisas -- parte de um erro, o de que todas as crianças são iguais e devem ser exigidas igualmente e dar os mesmos resultados. Nenhum professor ensina nada, é o aluno que aprende -- e cada um só aprende aquilo pelo qual se interessa. Crianças e adolescentes não precisam de professores, precisam de educadores, coisa que as escolas raramente têm.

Do saite Outras Palavras.
Educar para o trabalho ou para o convívio? 
Criada há nove anos, comunidade em Porto Alegre repensa agora formação de suas crianças, para valorizar singularidades e superar concepções produtivistas  
Por Katia Marko, na coluna Outro Viver

A Comunidade Osho Rachana comemora nove anos de existência este mês. Durante este tempo, experimentamos diferentes formas de conviver. Algumas pessoas que ajudaram a construir o projeto já não estão mais; outras, chegaram. Crianças nasceram. Novos sonhos foram despertados. Um deles vem sendo gestado há alguns anos: a possibilidade de uma outra educação para nossos filhos.
A primeira vez que a bailarina Ana Thomaz esteve conosco foi há três anos. Na época, a semente da ideia da desescolarização foi plantada. No início do mês, ela retornou com suas duas filhas e criou um turbilhão em nossas mentes e corações. Sua simplicidade, autenticidade e paixão nos tocaram profundamente. Foi uma semana de muito debate, descobertas e reavaliações.
Ana vem aplicando a desescolarização com seus filhos, sem a pretensão de criar um movimento ou convencer multidões da sua verdade. Mas ao observar a doçura, inteligência e solidariedade de suas meninas, comprova-se a veracidade da sua prática. Segundo ela, o princípio da desescolarização é a valorização das singularidades. "É na singularidade que aceitamos a diferença e nos unimos verdadeiramente, sem interesses, muletas, especulações. É na diferença que a vida acontece de modo potente", explica.
Uma das principais críticas que Ana Thomaz faz à escola é a constituição de corpos impotentes. Crianças que vão perdendo a vitalidade e a alegria, sentadas em classes escolares que não despertam sua criatividade. "Um corpo desequilibrado, descoordenado, impotente, cria uma cultura desequilibrada, descoordenada e impotente. Enquanto não reorganizarmos nossa condição biológica, enquanto não colarmos nossa existência à sua força criadora, todas as mudanças em nossa cultura serão só a melhora do que está ruim, e continuaremos a nos destruir, a perder a grande possibilidade da vida plena e potente."
A íntegra.

Biografias: liberdade de expressão X direito à privacidade

O discernimento do Paulo Nogueira nessa polêmica interessante (O Globo publicou artigo do Chico em que ele diz que a Globo o censurou nos anos 70; Chico negou que tivesse dado entrevista para o livro sobre Roberto Carlos, depois reconheceu que deu e pediu desculpas) e importante, porque mexe com o poder monstruoso dos grandes veículos de comunicação.
Uma forma fácil de se posicionar numa polêmica no Brasil é ver de que lado está a Globo e ficar do outro: a chance de escolher o lado certo é imensa.
A questão não se resume a censura e direito à informação. Num país em que a justiça só funciona para quem tem dinheiro (basta ver o caso da sonegação bilionária da Globo, que está ficando por isso mesmo), Globo, Veja, Folha publicam o que querem, mesmo reconhecendo que é mentira, e não acontece nada.
Se artistas do porte de Chico, Roberto e Caetano são ameaçadas por essa situação, o que dizer de nós, simples mortais? A vida dos pobres nunca teve privacidade, a polícia e os escandalosos programas de tevê entram em favelas e exibem "criminosos" sem qualquer pudor, muito antes de serem julgados e condenados.

Do Diário do Centro do Mundo.
O artigo de Chico é um avanço no debate sobre as biografias
Por Paulo Nogueira.

"Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor."

Aplausos de pé para Chico Buarque. Num artigo publicado pelo Globo Chico trouxe luz, e a dose necessária de complexidade, para um assunto que está sendo debatido de forma simplista, maniqueísta e tola. O trecho em itálico com o qual se inicia este artigo é o fecho do texto de Chico.
Uma pequena atração a mais nas palavras de Chico é a pancada dada na Globo e publicada pelo Globo. Não é que a Globo tenha virado boazinha: são os novos tempos na mídia, apenas.
Provavelmente o roteiro completo é o seguinte. O Globo pediu a Chico um texto. Ele mandou. Em outras épocas – por exemplo, na citada por ele, os anos 1970 – o editor teria amassado o artigo e jogado no lixo. Ninguém ficaria sabendo de nada.
Agora é diferente. Se o Globo não publica, o texto vai parar em outro lugar, provavelmente na internet. Acaba saindo, e o Globo passa por censor de Chico mais uma vez. “Ah, não mudou nada essa empresa”, concluiriam – acertadamente, aliás – muitos.
Chico foi inteligente e o jornal nada pôde fazer além de publicar uma explicação que não explicava nada no final de um artigo que não contribui em nada para o prestígio da Globo ao relembrar um passado de cumplicidade lucrativa e descarada com a ditadura.
Em seu artigo, Chico traz uma suposta revelação. Ele diz que o biógrafo de Roberto Carlos não o entrevistou, embora o tenha colocado na lista das pessoas que ouviu ao longo de quinze anos de trabalho. O biógrafo rebateu com uma foto na qual está com Chico. Tudo é nebuloso, como se vê. (Nota: um dia depois da publicação desse texto, Chico pediu desculpa ao biógrafo depois que ele publicou um vídeo no qual os dois conversam. Chico alegou ter esquecido que falaram de Roberto Carlos, no curso de um encontro de quatro horas.)
A questão das biografias – voltemos ao tema – é menos fácil de tratar do que muitos gostariam. Dizer que Chico, Caetano e Gil estão fazendo censura é ignorar a desproteção absurda que você tem no Brasil em casos de assassinato de caráter, uma possibilidade frequente em biografias não autorizadas.
Buscar a justiça é virtualmente inútil. Tudo é moroso, angustiosamente moroso, e se você é indenizado a cifra costuma ser ridícula.
É o mesmo caso da mídia, aliás. Tente se ressarcir de uma calúnia. Num caso que mostra o quanto a justiça brasileira é ruim para proteger a privacidade e a reputação das pessoas, diretores da Petrobras caluniados só conseguiram incomodar Paulo Francis por processá-lo nos Estados Unidos.
Francis disse várias vezes que eles eram corruptos. Como falou no Manhattan Connection, em solo americano portanto, os acusados puderam processá-lo na justiça dos Estados Unidos. Francis teve que apresentar provas. O fim da história é conhecido: Francis não tinha prova de nada e, colocado diante de uma indenização milionária, entrou em desespero. Seu coração não aguentou.
No universo das biografias o cenário não é diferente. Chico lembra um caso exemplar: a Companhia das Letras foi obrigada a pagar um dinheiro para filhas de Garrincha. Injusto? A editora ganhou, o autor ganhou – e as filhas?
No caso de estrelas como Chico, Caetano, Gil e Roberto Carlos, o dinheiro é secundário. Mas o problema – a desproteção na justiça – é o mesmo.
Tanto para a mídia como para as biografias, indenizações severas acabam forçando os autores a ter mais cuidado com o que publicam. É o que acontece nos países mais avançados socialmente. Mas não é o que temos no Brasil.
A íntegra.

Um bilionário investe em jornalismo independente

Novidade na nova imprensa.

Do Diário do Centro do Mundo.
Pierre Omidyar: quem é o homem que acaba de fazer o negócio mais importante da mídia mundial em muitos anos 
Por Kiko Nogueira

A notícia recente mais importante do mundo da mídia foi a de um bilionário que resolveu investir milhões numa empresa jornalística. Não estou falando de Jeff Bezos e do Washington Post, mas de Pierre Omidyar e do saite que está criando com Glenn Greenwald, o jornalista e advogado responsável pelos furos sobre o esquema de espionagem dos Estados Unidos.
Omidyar também foi abordado pela família proprietária do Post, mas a conversa não prosperou. "Esse processo me fez pensar sobre que tipo de impacto social pode ser criado se um investimento semelhante for feito em algo totalmente novo, construído a partir do zero. Algo em que eu estaria pessoalmente envolvido", escreveu ele em seu blog.
Está pondo US$ 250 milhões no projeto. Greenwald deixa o jornal inglês The Guardian, no que definiu como oportunidade de uma vida. A equipe ainda terá Laura Poitras, a documentarista que trabalhou nas entrevistas com Edward Snowden, e Jeremy Scahill, correspondente da revista Nation, escritor e documentarista dedicado a contar histórias da política externa americana.
Ou seja, dá para ter uma ideia do que vem por aí. Diferentemente de muitos de seus colegas que enriqueceram com tecnologia e continuam na área, Omidyar tem interesses mais amplos. Criou, há anos, um saite com a mulher Pam para divulgar informações sobre o vírus ebola. Acredita que as pessoas "são basicamente boas".
Nascido na França numa família de iranianos exilados, Omidyar tem 46 anos. É filho único. Seu pai é médico e a mãe é uma acadêmica reconhecida. Em 1995, fundou o eBay, a gigante do e-commerce. A Forbes calcula sua fortuna em US$ 8,5 bilhões. Seu perfil no Twitter tem duas frases: "Seja você. Seja cool". Ele vive com Pam no Havaí, onde financiou empreendimentos de jornalismo cidadão. Ali já havia uma tentativa de cobrar transparência das autoridades. "Eu desenvolvi um interesse em apoiar jornalistas independentes de maneira a fazer seu trabalho, tudo em prol do interesse público. E eu quero encontrar um modo de converter leitores do mainstream em cidadãos engajados. Acho que dá para fazer mais nesse espaço e estou animado em explorar as possibilidades", disse no blog.
O saite — que ainda não tem nome definitivo; por enquanto, NewCo — será para todos os tipos de consumidores de notícias. "Vai cobrir esportes, negócios, entretenimento, tecnologia: tudo o que o usuário quiser", diz Jay Rosen, crítico de mídia e professor de jornalismo da Universidade de Nova York, que foi consultado sobre a NewCo.
A íntegra.

O Partido (que se distancia) dos Trabalhadores

O leilão do Campo de Libra provoca mais uma ruptura na trajetória do PT governista, partido do capital e do possível para os trabalhadores. Só o futuro -- pelos resultados dela -- dirá se a decisão do governo foi correta ou não e se os ganhos valeram as perdas.

Do blog Viomundo.
PT: A despedida de Emanuel Cancella, do Sindipetr
À Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores, PT
C/C À direção Municipal e Estadual do PT do Rio de Janeiro
É com tristeza que me despeço dos companheiros! Durante décadas ajudei a construir o PT. Dediquei grande parte de minha vida ao partido, e o único partido ao qual me filiei. Nunca tive cargo no partido e em nenhuma empresa e governo, como também nunca o desejei. Que fique claro que não tenho nada contra quem ocupa cargos, muito pelo contrário, acho legítimo! O leilão de Libra, para mim, é a gota dagua que faltava para me afastar definitivamente de um partido que, a cada dia, se torna mais entreguista e neoliberal.
O Partido dos Trabalhadores se coloca agora contra uma das principais bandeiras do povo brasileiro, o qual foi para as ruas na década de 40 e 50, na campanha "O petróleo é nosso!", a maior campanha cívica que este país conheceu! Continuarei a participar ativamente dos movimentos sindicais e sociais, mas não posso levar nas costas o peso de um partido que tão importante para a organização da classe trabalhadora e a democratização do país, transformando-se hoje num partido burguês, a serviço do grande capital dos patrões e a defender privatizações, com ajuda até do exército, diga-se de passagem.
Como se não bastasse, o PT continua a defender o governador do Rio, Sérgio Cabral, símbolo da corrupção no País, e apóia também o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Sérgio Cabral e Eduardo Paes mandaram a PM bater em professores! Não dá para um militante socialista, com o mínimo de dignidade e de compromisso com a classe trabalhadora e a soberania de nosso país, continuar no PT.
A íntegra.

Dilma em BH (23/10/13): educação

Tudo que é feito em Belo Horizonte e em Minas Gerais é obra do governo federal. Apesar das placas e propagandas caras que os governos quebrados e incompetentes de Lacerda, Anastasia e Aécio espalham em todos os cantos e veículos de comunicação.

Do Blog do Planalto.  
Creche é crucial para que nós tenhamos educação de qualidade no Brasil, afirma Dilma 
A presidenta Dilma Rousseff destacou nesta quarta-feira (23/10/13), durante inauguração de creche em Belo Horizonte, a importância do ensino infantil para a educação, como o "primeiro tijolo, que vai sendo construído até a pós-graduação". No evento, ainda foi assinada a parceria com a prefeitura para construção de outras 44 unidades na capital mineira.
"Aqui, começa aquele menino que vai virar físico nuclear, aquela outra que vai ser presidenta da República. (…) Poucas vezes a gente fica tão satisfeita nesse momento que visita uma escola com essas características. Aí você sente que o Brasil está mudando mesmo, e uma mudança que atinge as crianças", destacou Dilma.
A íntegra.

As crianças estão aprendendo enquanto os pais estão trabalhando, afirma funcionária de creche
A cantineira Edmêe Maria de Almeida Matos falou ao Blog do Planalto sobre os benefícios que a Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Vila Clóris traz a toda a comunidade. Esta é uma das Umei inauguradas pela presidenta Dilma em Belo Horizonte (MG) nesta quarta-feira (23).
A íntegra.

Dilma: Não existe país desenvolvido sem trabalho técnico qualificado
A presidenta Dilma afirmou, em formatura de 2 mil alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (23), que o desenvolvimento do Brasil depende de trabalhadores técnicos qualificados. "A cada um [dos formandos] quero dizer que encontraram um caminho, e começaram a percorrer", disse.
A íntegra.

Muitos alunos do Pronatec tornam-se empreendedores, afirma professor
Alunos do Pronatec já se formam empregados e muitos se tornam empreendedores, avalia Marcos Flávio Araújo Assunção, professor do curso Técnico em Redes de Computadores, pelo Senac, em Belo Horizonte (MG). Ele foi um dos professores que qualificou parte dos 2 mil alunos que se formaram nesta quarta-feira (23), em cerimônia que contou com a presença de Dilma Rousseff.
A íntegra.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Dilma, FHC, Collor, privatizações e Exército

O PT faz hoje o que FHC fez antes e antes dele Collor e o Exército antes de todos. A serviço do capital. Há outro PT, sempre houve.
O leilão do Campo de Libra foi vencido com o lance mínimo pela único consórcio que apresentou proposta, formado por Shell (20%), Total (20%) e duas empresas chineses (10% cada uma), sob liderança obrigatória da Petrobrás (40%).
O pré-sal foi descoberto pela Petrobrás, com tecnologia desenvolvida pela Petrobrás e era todo brasileiro. Agora é 60% estrangeiro. A questão é: por quê? Se os lucros podiam ser todos do Estado brasileiro e transformados em investimentos em educação e saúde, por que entregar a maior parte para gigantes multinacionais? Por que a Petrobrás não explora o Campo de Libra sozinha?

Do jornal GGN.
Exército e Força Nacional reprimem manifestantes contrários ao leilão do pré-sal  
Enviado por Juliana C. Silva, seg, 21/10/2013 - 14:47 - Atualizado em 21/10/2013 - 15:02 
Jornal GGN - Tropas do Exército cercam o Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde está previsto para acontecer, nesta tarde, a privatização do Campo de Libra, do pré-sal, maior reserva de petróleo já descoberta no país. Manifestantes contrários à privatização estão no local desde as primeiras horas da manhã.
Por volta das 10h45, policiais da Força de Segurança Nacional, lançaram pela primeira vez uma enorme quantidade de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo contra os participantes do ato, que acontece na altura da Praça do Ó. Muitos tiros de bala de borracha foram disparados, e há pelo menos um ferido com mais gravidade na cabeça, que foi encaminhado para um hospital, além de vários outros feridos nas pernas e nos braços. Até aquele momento, nada havia sido quebrado por manifestantes. O ataque ocorreu no momento em que alguns manifestantes forçaram a grade que cerca o acesso ao hotel. Cerca de 600 pessoas participam do protesto.
Duas barreiras, a primeira da Força de Segurança Nacional, a segunda do Exército, esta com cerca de 200 homens, separam os manifestantes do hotel. Há dois caminhões de jato d'água posicionados nos extremos da área cercada. No mar, dois barcos da Marinha patrulham a orla. Helicópteros da polícia sobrevoam o local. Grades foram colocadas até mesmo na faixa de areia, onde também há soldados, na barreira mais próxima ao hotel, e policiais da Força Nacional, à altura de onde se encontram os manifestantes, agora mais afastados por conta dos ataques da polícia, que, por volta das 13h, dava tiros e lançava bombas de forma esporádica contra os manifestantes.
A íntegra.

O simulacro de realidade nas novelas

O Brasil (a Globo, principalmente) criou um gênero dramático e um ganha-pão para atores, escritores e todos os profissionais que fazem uma novela ir para o ar. Sempre achei que seria ótimo se as novelas fossem boas, vi algumas memoráveis, mas a maioria era clichê e manipulação da opinião pública, isso de que fala este texto. Há muito tempo não vejo nenhuma, ficaram todas "invisíveis". Sem falar na prepotência dos "artistas" globais.

Do blog Viomundo.
Walcyr, o carrasco do black power  
por Lelê Teles, via e-mail

Walcyr Carrasco, autor da novela Amor à Vida, da Rede Globo, orientou a equipe de caracterização da trama das 9 da noite a cortar o cabelo do ator Kayky Gonzaga, que faz o personagem Jayminho, um garoto negro que foi adotado por um casal de gays brancos.
Nada demais não fosse a explicação do autor: "tenho ouvido críticas muito pesadas e rejeição, principalmente ao cabelo dele. Eu quero um personagem bem aceito".
Como é, principalmente ao cabelo dele, então há outras críticas "muito pesadas" e "rejeição" contra o ator negro? Quais seriam?
Carrasco dá uma pista: "bem, se não estão felizes com o que estou fazendo contra o preconceito, tiro o personagem da novela e acaba a polêmica".
Humm, taí uma boa forma de lutar contra o preconceito.
Para o autor decidir tirar o personagem da trama é porque as críticas devam ser realmente muito pesadas.
Por que a estética negra incomoda tanto? Por que um garoto negro não pode ter um cabelo comprido?
Segundo Walcyr "a verdade é essa: só pedi para mudar o visual de Jayminho porque ele foi adotado por alguém de dinheiro. É o que aconteceria".
Mentira, o ator Marcello Antony, que é o pai adotivo do garoto na novela, é pai adotivo de um garoto negro na vida real e o filho de Antony, veja você, tem o cabelo quase igual ao de Jayminho.
Ninho, outro personagem da novela, tinha um longo cabelo rastafári. Como rastafári ele era um pai irresponsável, seqüestrador da própria filha, traficante e violento.
Aí ele se mudou para os Estados Unidos, cortou os cabelos e, qual Sansão, perdeu as forças. Tornou-se um cara compreensivo, responsável e amigo da filha.
O diabo é que Ninho é um artista, ganha a vida como artista, mas passou a andar vestido como um gerente de loja de shopping Center.
As novelas, há muito, não criam somente um simulacro de sociedade no Brasil, elas confundem a realidade com esse simulacro.
Mamãe não sabe se a campainha tocou na novela ou se foi na casa dela.
A íntegra.

domingo, 20 de outubro de 2013

Ombudsman da Folha contesta a Folha

Denúncia contra o governo federal não tem fundamento e o próprio jornal reconheceu isso, mas publicou a matéria assim mesmo. Para que? Para servir de munição para os programas eleitorais da oposição no ano que vem, sugere Suzana Singer. 

Da Folha de S. Paulo. 
No escuro e a seco
Suzana Singer
A Folha acusou a presidente Dilma de entregar casas sem água nem luz no interior da Bahia. O jornal mostrou, na quarta-feira, que parte das moradias inauguradas em Vitória da Conquista, no programa Minha Casa Minha Vida, estavam no escuro e a seco. Os moradores usavam velas à noite e enchiam baldes nas casas dos vizinhos.
Bastava ler o "outro lado" para concluir que a acusação não fazia sentido. O Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com instalações elétricas e hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços às empresas de distribuição do Estado.
Acontece o mesmo com quem compra um imóvel sem ajuda federal: é a pessoa que, depois de receber as chaves, aciona o fornecimento de água, luz, gás, telefone.
Diante das explicações dadas pelo governo e pelas concessionárias de serviços estaduais, o jornal deveria ter derrubado a reportagem. Não adianta registrar burocraticamente o "outro lado", como prega o "Manual da Redação", mas insistir numa acusação vazia.
Em plena campanha (alguém duvida que já começou?), é preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de 2014.
A íntegra.

Libra: a véspera do crime ou o PT tucano ataca mais uma vez

Quem poderia imaginar um governo do PT usando o Exército contra movimentos sociais, para garantir um leilão de privatização?! Como fez Collor, há 22 anos, quando os movimentos sociais eram liderados pelo próprio PT?
No entanto, não é novidade, no mundo inteiro aconteceu isso: o melhor partido para administrar o sistema para o capital é aquele que tem bases populares. Assim como a função do Estado é investir dinheiro público para criar negócios lucrativos para as empresas privadas.
A estatal Petrobrás -- porque não foi privatizada pelo governo tucano de FHC -- descobriu o pré-sal e agora o governo -- petista! -- entrega a exploração do campo de Libra para a iniciativa privada. A lógica do capitalismo é esta, despesas socializadas (pelo Estado) e lucros privados (para os grandes acionistas donos das poucas corporações que controlam a economia mundial).
Ou será que o neoliberalismo petista é diferente do neoliberalismo tucano?
As visões do senador Roberto Requião, um raro caso de integridade no Senado, do PT dos trabalhadores e de um sino-petista. E a análise imprescindível da Carta Maior.
PS: E aqui a análise do Luís Nassif: falta dinheiro para o Brasil explorar pré-sal, mas as precauções foram tomadas; o projeto do PT não é o projeto entreguista do PSDB.



Do saite do senador Roberto Requião via blog Viomundo.
Requião se diz perplexo com uso do Exército e leilão sem debate
Para Requião, leilão do Campo de Libra é um crime contra o Brasil

"O que está acontecendo no Brasil? O Governo quer leiloar o campo petrolífero de Libra, que pode ter 15 bilhões de barris de petróleo, e não tem justificativa nenhuma para isso", afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR). "Estão entregando o petróleo brasileiro, mesmo depois do escândalo da espionagem da Petrobrás, do Ministério dos Transportes e até do telefone particular da presidente Dilma (Rousseff)", completou.
Para Requião, o leilão do Campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, "é um crime contra o Brasil. Um absurdo". Ele comunicou que, junto com os senadores Pedro Simon (PMDB/RS) e Randolfe Rodrigues (Psol/AP), há mais de um mês entrou com um projeto de decreto legislativo para anular a licitação. No entanto, o projeto não tramitou no Senado.
"Isto está causando a indignação dos movimentos populares, dos setores mais esclarecidos do país. Mas a imprensa toda está a favor do entreguismo. Porque na verdade, hoje, PSDB e PSB estão todos nesta visão entreguista. Eles querem só derrubar o PT para fazer o mesmo, mas sem os programas sociais", afirmou."Eu pergunto a você, que como eu votou e lutou pela Dilma: era isso que a gente esperava? E eu pergunto ao PT: foi isso que nós propusemos na campanha? E eu pergunto ao PMDB: foi por isso que nós apoiamos a presidente Dilma? Não. Não foi."
A íntegra.

Do saite da CUT, via blog Viomundo.
Petroleiros em greve explicam oposição ao leilão de Libra
Para federação, governo brasileiro erra ao não considerar petróleo estratégico para as próximas décadas Por Luiz Carvalho 

Na próxima segunda-feira (21), o governo brasileiro promove o leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro, o primeiro após a descoberta do pré-sal.
A área que fica a 183 km da costa carioca será disputada por empresas de 10 nacionalidades: as chinesas Cnooc International Limited e China National Petroleum Corporation -- CNPC, a colombiana Ecopetrol, a japonesa Mitsui & CO, a indiana Onbc Videsh, a portuguesa Petroga, a malasiana Petronas, a híspano-chinesa Respsol/Sinopec, a anglo-holandesa Shell, além da própria Petrobrás*.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo tem capacidade de produção entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a toda a reserva nacional – em torno de 14 bilhões – e renderia mais de dois trilhões de dólares ao país.
Diante de tamanho potencial, a FUP comanda uma mobilização para suspender a licitação e cobrar que a riqueza fique em território nacional.
Como parte da mobilização, iniciou uma greve por tempo indeterminado no último dia 16, que atinge 90% de todo o sistema Petrobrás.
A íntegra.

Do saite Página 13 via blog Viomundo.
Pomar: Parceria com a China é um bom negócio para o Brasil 
Pré-Sal: Ficção e Realidade
Por Wladimir Pomar

Oitenta entidades representativas dos movimentos sociais, com a certeza de estarem imbuídas da "vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais", enviaram carta a Dilma para suspender o leilão das reservas do pré-sal, previsto para o dia 21 de outubro de 2013.
Nesse meio tempo, porém, ocorreu algo inusitado. A Exxon, a British Petroleum (BP) e a British Gas (BG), três das maiores gigantes da área internacional de petróleo, anunciaram que não têm interesse em participar do leilão do Campo de Libra.
Além disso, das 40 empresas que a ANP esperava disputarem o leilão, somente 11 pagaram a taxa de participação. Com isso, grande parte dos argumentos expendidos pelas entidades sociais desceu água abaixo, e muita gente está sem entender o que ocorreu.
Alguns especialistas do setor dizem que um dos fatores que afastaram as petroleiras americanas e inglesas teria sido a presença obrigatória de uma operadora, no caso a Petrobras, durante exploração. O problema não seria o trabalho da Petrobrás, em si, mas o fato de que as grandes empresas transnacionais só têm interesse em entrar como operadoras do negócio. Isto é algo para o qual as entidades sociais parecem não ter dado atenção.
A participação obrigatória da Petrobras subordina as estrangeiras, e as transnacionais têm horror a isso. Não é por acaso que cresce a campanha contra a interferência do Estado na economia.
A íntegra.  

Da Agência Carta Maior.
Libra não é só petróleo
Em todo mundo o discurso conservador subsiste em estado comatoso. O empenho é para injetar sobrevida ao defunto, resistir e desgastar o anseio de mudança.
Por Saul Leblon

Quando o extraordinário acontece, as lentes da rotina já não conseguem explicar a vida. A "redescoberta" de Marx, é mais que uma redescoberta intelectual. Essa é a hora em que o preconceito histórico inoculado contra o socialismo perde força. Até nos EUA.
Uma pesquisa feita pela Pew Research, no final de 2011, tentou medir esse ponto de mutação. Os resultados foram significativos:
a) na faixa etária entre 19 e 28 anos a menção ao "socialismo" encontra receptividade favorável entre 49% dos jovens norte-americanos (entre 43% ela é negativa).
b) entre a população negra – açoitada pela crise – os dados são ainda mais expressivos: respectivamente 55% de aprovação; 36%, rejeição.
c) a mesma medição, agora para "capitalismo", obteve os seguintes percentuais nos grupos mencionados: 46% e 47%, entre os jovens; e 41% favorável e 51% negativo, entre os negros.
A íntegra.

Como funciona a imprensa

A velha "grande" imprensa, digo. Velha "grande" imprensa mineira, no caso.  Velha "grande" imprensa mineira e velha política mineira.
Primeiro, o caso: movimentos sociais começam campanha para diminuir o preço da conta de energia da Cemig. Argumentos: a energia da Cemig é a mais cara do Brasil. Por quê? Porque foi privatizada pela metade pelos governos tucanos de Azeredo, Aécio e Anastasia (não foi totalmente porque a privatização foi contida no governo Itamar) e sua prioridade agora é dar lucro aos acionistas privados. Para isso corta despesas, demite funcionários, terceiriza serviços -- e até boicota a redução de tarifas decretada pelo governo federal.
Além disso, serve de instrumento da política tucana de oferecer subsídios às grandes e gigantescas empresas.
Resultados:
1) a Cemig distribuiu quase R$ 17 bilhões aos seus acionistas nos últimos dez anos (80% do lucro);
2) o consumidor residencial da Cemig paga 10 vezes mais pela tarifa do que as grandes empresas -- por um consumo mensal de 200 Kw, por exemplo, uma família paga R$ 100, enquanto grandes empresas pagam R$ 32 e as maiores empresas R$ 10;
3) a qualidade do serviço prestado pela Cemig cai
Nem bem a campanha dos movimentos sociais começa, a "grande" imprensa local estampa anúncios de duas páginas da Cemig.
O que mantém a imprensa são anúncios e os governos são os maiores anunciantes.
Os governos tucanos de Aécio e Anastasia se notabilizaram por multiplicar os gastos com propaganda.
A Cemig é uma empresa que não tem concorrentes, não precisa de propaganda para conquistar os consumidores e vender seu produto.
Seus anúncios são pagos com dinheiro do próprio consumidor, aquele que paga a mais cara energia do Brasil.
A velha "grande" imprensa recebe uma pequena fortuna (duas páginas num "grande" jornal podem custar a bagatela de R$ 783 mil!).
Notícias sobre a campanha dos movimentos sociais para diminuir o preço da energia pago pelo consumidor residencial deixam de ser publicadas ou no máximo se transformam em matérias pequenas, escondidas, e sempre acompanhadas de declarações do governador e do presidente da Cemig ("o outro lado").
Um assunto importante, que afeta a vida de 20 milhões de mineiros, será ignorado e desaparecerá do noticiário.
O anúncio da Cemig não é novidade, a história é velha, velhíssima. O que há de novo é a internet, a nova imprensa; ninguém mais lê os velhos "grandes" jornais e revistas. A influência dos velhos "grandes" veículos (incluída aí a televisão) é cada vez menor e a das propagandas oficiais neles também.

sábado, 12 de outubro de 2013

Lição de história: os bandeirantes paulistas


Do Diário do Centro do Mundo.
O que está por trás do protesto contra os bandeirantes em São Paulo 
Por Jura Passos.

Aconteceu o primeiro protesto contra os bandeirantes em São Paulo.
O protesto foi no Monumento às Bandeiras, cartão postal da cidade esculpido pelo italiano Vitor Brecheret, em que os tupis mamelucos ostentam cruzes no pescoço e seguem portugueses gigantes montados a cavalo.
O monumento foi pichado e os bandeirantes e mamelucos foram tingidos de vermelho. Merecidamente: os bandeirantes eram caçadores de escravos guaranis.
São Paulo nasceu de uma aliança entre os jesuítas e uma tribo de mamelucos tupis liderada por João Ramalho, casado com Bartira, a filha do cacique Tibiriçá.
A cidade surgiu de um acordo nepotista para a implantação de um colégio cristão às margens do Tamanduateí, o rio dos tamanduás. Esses escravos tupis integrantes das bandeiras escravagistas é que foram pichados no Ibirapuera – a árvore ou mata desaparecida.
Mas os jesuítas fundaram muito mais que São Paulo. Fundaram mais de 30 reduções, ou missões, em território guarani, no sul do atual Brasil, Argentina e Paraguai. Na época, os territórios eram disputados por espanhóis e portugueses.
Em São Paulo, Raposo Tavares – que dá nome à estrada que segue em direção às missões – é considerado herói. Nas missões jesuítas argentinas, paraguaias e gaúchas ele é chamado de bandido até hoje.
Sob o comando dos sacerdotes jesuítas mais cultos e bem preparados – que incluíam artistas, cientistas e arquitetos – as missões alcançaram um nível avançado de desenvolvimento social, artístico e cultural.
Os guaranis tornaram-se capazes de escrever e tocar música barroca, esculpir a pedra e construir e decorar igrejas como as florentinas ou sevilhanas.
Os escravos eram artistas. Os escravizadores, semianalfabetos. Os paulistas acabaram com as missões e com as habitações comunitárias que circundavam a igreja e o colégio centrais de cada uma delas, porque a educação era central no projeto missioneiro.
Liquidaram as escolas e a habitação popular. Reduziram a escombros as casas das reduções missionárias. Destruíram o Minha Casa Minha Vida guarani para obrigá-los a trabalhar de graça nas fazendas paulistas.
Depois de transformar as missões em ruínas e escravizar seus habitantes – coisa que as escolas paulistas ensinam mas não criticam – os paulistas começaram a ser expulsos ao perder pela primeira vez na batalha de Bororé, às margens do rio Uruguai, selando definitivamente a fronteira entre o Brasil e a Argentina. Bororé é o veneno que os índios colocavam na ponta das flechas. O veneno funcionou tanto quanto as armas de fogo que os jesuítas receberam da coroa espanhola, também inimiga dos bandidos paulistas.
A íntegra.

Cemig: consumidor residencial paga pelas grandes empresas

A energia mais cara do Brasil é também a mais injusta, como mostra a campanha do Plebiscito Popular (pleonasmo) sobre a conta da Cemig.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O discurso de Luiz Ruffato na Feira do Livro de Frankfurt

Mais um serviço público do Diário do Centro do Mundo. Ruffato foi a voz das ruas na Alemanha. A elite reacionária estrilou e o PT neoliberal reclamou. Ele brilhou: "Nós somos um país paradoxal. Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edênicas, carnaval, capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza. Ora festejado como um dos países mais bem preparados para ocupar o lugar de protagonista no mundo – amplos recursos naturais, agricultura, pecuária e indústria diversificadas, enorme potencial de crescimento de produção e consumo; ora destinado a um eterno papel acessório, de fornecedor de matéria-prima e produtos fabricados com mão-de-obra barata, por falta de competência para gerir a própria riqueza. Agora, somos a sétima economia do planeta. E permanecemos em terceiro lugar entre os mais desiguais entre todos… " 

"Machistas", "hipócritas", "intolerantes": o discurso sobre o Brasil de Luiz Rufatto, o easter egg da Feira de Frankfurt 
Por Kiko Nogueira
O escritor mineiro Luiz Rufatto foi o easter egg da delegação de 70 escritores brasileiros que foram à Feira do Livro de Frankfurt. Easter egg, para quem não está familiarizado com o termo, é o elemento surpresa escondido em games, músicas, filmes, quadros etc. 

(O discurso:)
O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? 
Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século XXI, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. 
Proclamar nossa singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as diferenças. O maior dilema do ser humano em todos os tempos tem sido exatamente esse, o de lidar com a dicotomia eu-outro. Porque, embora a afirmação de nossa subjetividade se verifique através do reconhecimento do outro – é a alteridade que nos confere o sentido de existir –, o outro é também aquele que pode nos aniquilar… E se a Humanidade se edifica neste movimento pendular entre agregação e dispersão, a história do Brasil vem sendo alicerçada quase que exclusivamente na negação explícita do outro, por meio da violência e da indiferença. 
Nascemos sob a égide do genocídio. Dos quatro milhões de índios que existiam em 1500, restam hoje cerca de 900 mil, parte deles vivendo em condições miseráveis em assentamentos de beira de estrada ou até mesmo em favelas nas grandes cidades. Avoca-se sempre, como signo da tolerância nacional, a chamada democracia racial brasileira, mito corrente de que não teria havido dizimação, mas assimilação dos autóctones. Esse eufemismo, no entanto, serve apenas para acobertar um fato indiscutível: se nossa população é mestiça, deve-se ao cruzamento de homens europeus com mulheres indígenas ou africanas – ou seja, a assimilação se deu através do estupro das nativas e negras pelos colonizadores brancos. 
A íntegra.

A Globo por dentro

Mais um serviço de utilidade pública prestado pelo Paulo Nogueira.

Do Diário do Centro do Mundo.
Como funciona o Conselho Editorial das Organizações Globo
Paulo Nogueira

Tinha ouvido falar pouco de Ali Kamel, chefe de telejornalismo da Globo, até conhecê-lo no Conedit. É o conselho editorial das Organizações Globo.
Sob o comando de João Roberto Marinho, o Conedit reúne os editores das diversas mídias da Globo para alinhar ações e debater assuntos. As reuniões são realizadas às terças, por volta das 11 horas, no prédio da Globo no Jardim Botânico, no Rio. Frequentei-as ao longo dos dois anos e meio em que fui diretor editorial das revistas da Globo. Quando cheguei, Kamel já estava lá, e ali permaneceu depois que saí.
A referência mais longa que eu tivera dele veio de um jornalista da Abril que o procurara em busca de emprego. A operação deu certo. O jornalista me contou que lera que Kamel valorizava gente que tivesse passado por revistas, por ser mais apta a mexer com palavras. O próprio Kamel passara pela Veja no Rio antes de se fixar nas Organizações Globo.
Kamel não confirma o folclore do carioca simpático, ao contrário de outros editores com quem convivi naquelas manhãs de terça. Seu chefe, Carlos Schroder, um gaúcho afável e sempre com um sorriso no rosto, parece mais carioca que ele.
De um modo geral, o ambiente no Conedit reflete o humor, a alegria, a capacidade de rir dos cariocas. (E também a falta de pontualidade.) Mesmo Merval Pereira, colunista de várias mídias da Globo e ex-diretor do jornal, ri com frequência – uma surpresa para quem lê seus textos em geral num tom de elevada preocupação, quase sempre ligada a um pseudopecado mortal de Lula.
Kamel, pela importância da TV, é uma presença destacada no Conedit. Sua expressão solene sublinha esse papel. Não sei se Kamel costuma beber no bar com os amigos para falar bobagens como futebol, mas não me pareceu.
A íntegra.

Os pecados do PT

Os pecados do PT não estão onde a velha "grande" imprensa aponta; nestes, é mais provável que a gente encontre qualidades: Mais Médicos, Bolsa Família, ações afirmativas, distribuição de renda...
O que incomoda essa gente, que mistura empresários gananciosos e subalternos dispostos a vender sua pena por um bom dinheiro, fama e convites para as festas dos ricos, é a mudança que a ascensão do PT acarretou no País: saiu parte dos que controlavam o Estado há quinhentos anos (outra parte ficou) e entraram novos ocupantes, uma gente de esquerda, que em 68 pegou em armas, gente do povo, quee em 78 fez greves. Aceitar essa gente, esses novos ricos da política, era intolerável para os protofascistas que fazem muito barulho, mas não reúnem nem cem quando marcam um protesto.
Mas o mundo gira e a lusitana roda, e na verdade essa gente barulhenta não tem a importância que se lhe dá e ocupar tempo com ela é só desviar energias que devem ser gastas com coisas realmente importantes. De fato, o que essa gente faz é o mesmo que um motorista chinfrim que estaciona o carro, abre a porta e liga o som horroroso (sempre é "música" de péssima qualidade) tão alto que nos impede de pensar ou fazer outra coisa.
Os pecados do PT são outros: suas alianças com setores econômicos e sociais nefastos.
Aliança com o agronegócio, que eliminou a Mata Atlântica, extingue o Cerrado e avança sobre a Amazônia, deixando um rastro de destruição ambiental e social, assim como a mineração, atividades que tiram tudo da terra para vender baratinho no estrangeiro, formam uma nobreza de "rei da soja", "rei do gado", "rei do nióbio", "rei do ferro" etc., poucos donos de imensas propriedades, maiores até do que muitos países, dinheiro que faz fortunas, é comemorado por publicações neoliberais deslumbradas e sem qualquer senso crítico, e pelo governo, porque equilibra a balança comercial, mas em seguida some no ar, deixando só os sofrimentos e os problemas para as gerações futuras, pois minério só dá uma safra e o agronegócio exaure a terra envenenada e extingue recursos ambientais que explora intensamente, exaustivamente.
Aliança com as empreiteiras, que fazem obras desnecessárias e superfaturadas, que expulsam populações e transformam as cidades em florestas de concreto, perpetuando o modelo do transporte individual, que enche as ruas de carrões, o ar de fumaça e os seres humanos de doenças.
Aliança com notórios espertalhões que promovem eventos "mundiais" para esbulhar os povos tolos.
Estes são os defeitos do PT, suas alianças com setores mais que conservadores, deletérios para o País que sonhamos, para o mundo em que viverão nossos filhos e netos.
Alianças urdidas na sombra, que tornam o PT o grande êxito político que é, muito melhor para os ricos do que foram os tucanos e outros bichos, pois tem apoio popular seguro e é capaz de vencer eleições.
Alianças que levam um mineiro à presidência da principal entidade empresarial do País no mesmo momento em que uma mineira, belo-horizontina, se torna presidente da República e seu amigo ex-prefeito da capital se torna ministro, prestando "consultoria" para o mesmo empresário, e em 2014 volta como candidato a governador, futuro governador, com apoio do partido dos trabalhadores e da entidade do capital.
Os pecados do PT estão embutidos na sua transformação em partido do capital, e o capital gosta de negócios que lhes rendam lucros, à custa do Estado, à custa dos interesses nacionais, à custa dos trabalhadores.
O maior pecado do PT é fazer, como partido dos trabalhadores, o que outros partidos foram incapazes, como partidos do capital. Como no caso do pré-sal.

Do Correio da Cidadania.
Como matar o setor de petróleo  
Paulo Metri – conselheiro do Clube de Engenharia

Na década de 1990, auge do período neoliberal, Betinho escreveu um capítulo do livro "Em defesa do interesse nacional", cheio de ironia e bom humor mas muito sério, intitulado "Como matar uma estatal".
No capítulo, ele descreve todas as ações que um "bom administrador" deveria tomar para atingir seu objetivo de matar a estatal. Nos dias atuais, se ainda estivesse entre nós, ele talvez escrevesse sobre como matar o setor de petróleo.
Imaginamos que o novo texto ficaria da seguinte forma:
Cria-se um arcabouço jurídico e institucional, que privilegia a competição, não importando se os agentes econômicos são nacionais ou estrangeiros. O fato de ser nacional não significa que deva ter algum privilégio em qualquer disputa.
O petróleo, o gás natural e os derivados devem ser considerados como simples commodities, que não possuem valor geopolítico e estratégico algum, ou seja, não possuem nenhuma atração além da rentabilidade.
Promovem-se leilões em que um único pagamento inicial pode definir a permanência de empresas produzindo petróleo em uma área durante até 35 anos, pagando parcelas mínimas de royalties e, quando for o caso de altas produções, de "participações especiais".
Facilita-se ao máximo a entrada de bens e serviços estrangeiros no setor, a pedido das empresas petrolíferas estrangeiras, isentando-os de impostos e taxas, que os nacionais não têm.
A cada oportunidade de fala à imprensa, deve-se realçar que as decisões da diretoria do órgão regulador são técnicas, significando que ele verifica a competição e o desempenho das empresas.
Nunca se toma uma decisão com o singelo argumento que ela irá beneficiar a sociedade brasileira. 
O órgão regulador não é um órgão que deve implantar políticas públicas, nem deve levar em conta nas suas decisões que o Brasil é um país em desenvolvimento, com características culturais específicas e inserido no espaço geopolítico mundial.
Doma-se a estatal do setor, para, amofinada, não participar de leilões e permitir a entrega rápida de blocos para as empresas estrangeiras.
Neste momento, o golpe fatal pode ser dado com a privatização da Petrobras.
A íntegra.

O que o PT está fazendo por Minas e por BH

Já era tempo do governo petista promover divulgações desse tipo. Desde 2002, Aécio Anastasia, e desde 2008, Lacerda, faturam popularidade em cima de iniciativas e verbas federais. Lacerda finca placas toscas -- geralmente no meio do passeio -- com os dizeres "Obra da prefeitura"; Aécio Anastasia enchem as televisões, rádios e jornais com propagandas caríssimas que vendem como suas obras federais. Em Belo Horizonte e Minas Gerais, se tirar o dinheiro do governo federal, estado e capital quebram; se tirarem os programas do PT, não sobra nada de bom.

Do Blog do Planalto.
Iniciativas do Governo Federal em Minas Gerais são destacadas em vídeo
O Governo Federal lançou na última semana um conjunto de peças para apresentar aos cidadãos as ações e projetos realizados nos estados. Chamada de Campanha Oportunidades, a divulgação começa destacando políticas públicas em cinco estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná e Bahia.
Em Minas, o destaque são os investimentos em obras de prevenção em áreas de risco e urbanização, principalmente assentamentos, que receberam mais de R$ 2,3 bilhões em recursos. As mais de 147 mil moradias entregues no estado, por meio do programa Minha Casa Minha Vida, são apresentadas pelos próprios beneficiários, que dão depoimentos sobre suas vidas após o Programa. Outras 116 mil unidades habitacionais já foram contratadas em Minas Gerais.
Na área da saúde, 65 Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) estão sendo construídas, além de outras 336 Unidades Básicas de Saúde. A contratação de profissionais por meio do programa Mais Médicos também é citada no vídeo da Campanha.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Eleição no Azerbaijão: primeiro o resultado, depois a votação

O modelo da democracia liberal representativa tornou-se universal depois da II Guerra Mundial, mas isso não significa que a vontade do povo e a voz da maioria prevaleçam. Em geral, não passa de embalagem oca e há casos escandalosos como este do Azerbaijão (ex-integrante da URSS), que está longe de ser exceção. Basta lembrar que nos EUA, em 2000, Bush filho foi eleito embora Al Gore tenha tido mais votos.

Do Opera Mundi.
Governo do Azerbaijão divulga resultado de eleição presidencial antes do início da votação
"A magnitude da fraude é tanta que é impossível estabelecer a vontade popular expressada nas urnas", disse opositor 

O governo do Azerbaijão anunciou na manhã desta quarta-feira (09/10) o resultado da eleição presidencial do país. No entanto, para o espanto da população, as votações nem sequer haviam começado. Em outras palavras, a vitória de reeleição do atual presidente, Ilham Aliyev, foi divulgada na internet sem nenhum cidadão ter votado.
O episódio causou constrangimento generalizado no governo azerbaijano. A justificativa oficial é que o desenvolvedor do aplicativo responsável pelas eleições fazia testes usando informações das eleições de 2008 e teria "divulgado por engano os resultados". No entanto, a lista de candidatos apresentados era deste ano, e não de 2008, como alegaram as autoridades locais.
A íntegra.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O Henfil voltou

Do blog da revista Samuel.
Quadrinhos de Henfil são relançados 
Para os saudosos: neste mês, a ONG Henfil – Educação e Sustentabilidade relançou a revista Fradim, publicada nos anos 70 e 80 pelo cartunista Henfil. A publicação foi lançada pela Editora Codecri em 1972, já depois do advento do AI-5, e se tornou um espaço para o cartunista divulgar suas tiras contestadoras com os personagens Cumprido e Baixim, além dos também conhecidos Bode Orelana e Graúna.
A íntegra.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Soja transgênica terá três venenos

A nova semente de soja transgênica que está prestes a ser liberada no Brasil exige aplicação de um agrotóxico considerado extremamente perigoso.

Do blog Em pratos limpos.
Soja transgênica: "lavouras tomarão banhos dos três venenos". Entrevista especial com Leonardo Melgarejo
A liberação da semente de soja transgênica da multinacional Dow Agrosciences, imune ao glifosato, ao glufosinato de amônia e ao 2,4-D, está em pauta na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CNTBio e, de acordo com o membro da instituição, Leonardo Melgarejo, "deve ser votada ainda este ano". As sementes transgênicas já são tolerantes ao glifosato e ao glufosinato de amônia. A novidade é a resistência ao 2,4-D, um herbicida que só funciona para plantas de folhas largas.
Melgarejo explica que, "na prática, os conceitos não mudam, se trata de adoção da mesma lógica que deu base à soja RR: uma planta modificada para tomar um banho de um veneno que mata outras plantas eventualmente presentes na mesma área. A diferença é que neste caso teremos uma planta que receberá banhos de três herbicidas diferentes, sendo que um deles é da classe toxicológica 1, categoria reservada aos produtos extremamente perigosos". A permissão para utilizar três herbicidas na mesma planta, assevera, "não significa uma lógica de substituição ou rodízio de venenos. O que acontecerá é uma soma. Os três produtos serão aplicados em cobertura, após a implantação das lavouras, e isso afetará toda a forma de vida que eventualmente circule nas áreas de plantio deste tipo de soja".
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, o engenheiro agrônomo informa que a "soja tolerante ao glifosato já quase não funciona como tecnologia facilitadora do manejo de invasoras, pela enorme presença de plantas que adquiriram resistência àquele produto. Plantas modificadas para tolerância ao 2,4-D devem eliminar temporariamente esta dificuldade".
Leonardo Melgarejo é engenheiro agrônomo, mestre em Economia Rural e doutor em Engenharia de Produção pela Universidade de Santa Catarina – UFSC. É membro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, no Rio Grande do Sul.
A íntegra.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Merenda das escolas municipais de São Paulo tem arroz orgânico

Produzido nos assentamentos do MST.
O grande historiador Eric Hobsbawm, falecido há um ano, observa em "Era dos Extremos -- o breve século XX" que a morte do campesinato é a mudança social mais impressionante do século passado.
"Desde a era neolítica a maioria dos seres humanos vivia da terra e seu gado ou recorria ao mar para a pesca", escreveu. Na segunda metade do século XX, a população rural caiu drasticamente em todo o mundo, sendo reduzida a 3% nos países mais industrializados; em 2011, até a superpopulosa China tornou-se pela primeira vez na sua história um país majoritariamente urbano.
Essa urbanização e desruralização transformou radicalmente uma questão elementar do ser humano, a alimentação. Alimentos agora são produzidos em propriedades imensas, em quantidades astronômicas, por poucos e riquíssimos proprietários, para abastecer o mercado global. São produzidos com uso de máquinas, sementes modificadas em laboratório e muito veneno para garantir produtividade. São usados para produzir alimentos industrializados, que consumimos cada vez mais.
Os resultados desse novo modelo, cuja lógica é a do capital -- produzir mais para lucrar mais --, são devastação ambiental, cidades gigantescas e inóspitas, obesidade e doenças novas. Uma lógica que do ponto de vista da sociedade é desnecessária e do ponto de vista da saúde é nociva; toda ou quase toda a comida de que precisamos pode ser produzida no nosso quintal ou num cinturão verde em torno da cidade em que vivemos.
É essa produção de alimentos -- orgânica, diversificada, em áreas e quantidades menores, sem uso de venenos, cuidando do ambiente, sempre fresca -- que a agricultura familiar produz e que o MST defende. E que a humanidade precisa para se salvar da catástrofe iminente. É uma questão de escolha, urgente.

Da página do MST
Prefeitura de São Paulo e MST: arroz orgânico na merenda escolar
por Luiz Felipe Albuquerque
As crianças das escolas municipais da cidade de São Paulo passam agora a ser beneficiadas com os alimentos produzidos nos assentamentos da Reforma Agrária.
Nesta quinta-feira (3/10/13), a prefeitura assinou o primeiro contrato de comércio de alimentos agroecológicos com cooperativas do MST, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Serão entregues 930 toneladas de arroz orgânico produzidos pela Cooperativa dos Trabalhadores dos Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), do Rio Grande do Sul, ao valor de R$2,4 milhões, beneficiando 1400 famílias da região.
Para Nelson Krupinski, da coordenação da Cootap, essa é mais uma prova das potencialidades da Reforma Agrária, além de também permitir desenvolver ainda mais os assentamentos.
"Essas parcerias permitem criar um cenário e estabelecer metas mais palpáveis de produção. Nos dá segurança de que pode continuar a produção orgânica, desenvolve os assentamentos e fortalece a agricultura familiar", destaca.
A íntegra.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

IPTU, imposto injusto

Os absurdos da vida nas cidades contemporâneas (e quase todos nós hoje moramos em cidades -- 85% da população, no Brasil, em 2010). Além da péssima qualidade, a vida é caríssima.
Até o prefeito petista de São Paulo embarca na onda da especulação imobiliária. Fico pensando: se é pra agir igual tucano, pra que PT? Subsidiar a tarifa de transporte com aumento do IPTU! Dá com uma mão e tira com outra, porque não tem coragem de enfrentar a máfia dos transportes, os empresários que financiam as campanhas! Será esse Haddad débil mental ou mau caráter? No começo das mobilizações em junho chegou a fechar com o Alkmin e a PM, depois voltou atrás. Será que tem dificuldade de entender as coisas? Será que é daqueles pra quem se precisa desenhar?
Qualquer pessoa razoável vê que é um absurdo se pagar imposto de um imóvel com base no seu valor comercial. Isso pressupõe que o proprietária vai vender a casa (ou apartamento). Mas ela é pra morar, não é pra vender! Difícil de entender isso? O que tem o "valor" de mercado com o valor do imposto? Nada. A não ser que a prefeitura queira expulsar os pobres das regiões melhores: não pode pagar imposto de uma região boa? Muda para a periferia! Esta é a lógica embutida nisso, que o governo petista paulistano, assim como todos os outros sugerem. Lógica excludente, elitista, que só serve à especulação imobiliária. Não é à toa que a inadimplência do IPTU é altíssima. Mas os administradores incompetentes não percebem que é melhor receber de todos o que podem pagar do que exigir o que muitos não podem pagar e não receber.

Do Tarifa Zero.
Sobre a tarifa do transporte, a especulação imobiliária e a exclusão

Tão querendo me tirar /Da habitação/Atrasei o aluguel/Mas deus do céu / Aluguel multiplicou / Vou trabalhar / E amanhã eu faço bico / Noutro bar / Foi quinhentos até um / Dois mês atrás / Quase o dobro / Tá difícil descolar / Minha mãe já me mandou / Trezentos mais / Mas preciso completar / Os mil reais (…) Hoje ali tem o metrô (Faria Lima Pra Cá – Passo Torto)

Nesta semana vários veículos de comunicação publicaram que a prefeitura pretende aumentar em até 30% o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) das residências de São Paulo. De acordo com as notícias, a prefeitura revisará a Planta Genérica de Valores, que define a valorização do m² na cidade, pois estes valores estão "bastante defasados", tendo em vista a valorização imobiliária. Ou seja, a prefeitura assinará embaixo da imensa especulação imobiliária que assola a cidade.
Há quatro anos me mudei para São Paulo e, desde então, pago aluguel. Mesmo tendo um nível de renda comparativamente melhor que o dos meus pais à época e não sendo uma pessoa nada consumista, é impossível que eu compre algo em São Paulo. A não ser – e olhe lá – que eu queira ficar todos os dias 6 horas em um ônibus para ir e voltar do trabalho. Enquanto posso escolher, escolho. Milhares de pessoas repetem a história da minha família e não podem.
Apesar da casa não ser minha, o IPTU é de minha responsabilidade, como o é para todas as pessoas que conheço que pagam aluguel. Nestes quatro anos em que vivo aqui ele tem aumentado consideravelmente, a ponto de competir – e ganhar – em valores mensais com as minhas contas de água, luz, telefone e internet todas juntas. Com o aumento previsto, é capaz de competir com o supermercado. Fico pensando nas centenas de idosos que vivem de aposentadoria e moram em suas casas – aquelas que tinham espaço digno para se viver – no  bairro onde vivo ou naqueles trabalhadores que vivem de salário mínimo e que há anos moram no bairro. O recado é claro: se você mora em um bairro central, que tem o mínimo de infraestrutura e não demora muito para chegar ao trabalho, você tem que ter dinheiro para pagar por isso. No caso de São Paulo, muito dinheiro.
De acordo com os preços de venda dos imóveis no bairro onde atualmente resido, só milionário pode morar lá. Não é o meu caso e desconfio que também não seja o caso dos meus vizinhos e do pessoal que pega ônibus e metrô comigo pelas manhãs para irem ao trabalho. Para aquelas pessoas que podem pagar meio milhão, são oferecidos os novos apartamentos com 45 m². Um dia um corretor me parou na rua e me ofereceu um desses afirmando que era preço popular! Se isso é popular, acabo de ser incluída na linha abaixo da pobreza.
As empreiteiras, com autorização da prefeitura, vendem a infraestrutura do bairro – na qual não implantam nenhuma melhoria – a preços altíssimos e a prefeitura se baseia no valor do “mercado” para cobrar os impostos dos moradores.  A região onde moro – que alaga todos os anos – será uma das que terá o maior aumento, devido à "valorização imobiliária". Assim, além do aluguel e do preço dos imóveis, o imposto também será abusivo.
Mas por que a tarifa do transporte no subtítulo? Sem que a prefeitura fale diretamente, tem saído na imprensa o aumento do IPTU como forma de subsidiar o valor da tarifa e a melhoria no transporte coletivo.  Além disso, é pública a reivindicação do Movimento Passe Livre de que os serviços públicos sejam subsidiados por impostos progressivos, como pode ser o IPTU.
Primeiro, a progressividade deste imposto não pode ser baseada na especulação imobiliária gerando mais exclusão na cidade. Segundo, não se pode achacar a população – para usar um termo querido ao secretário de transportes – para garantir lucros exorbitantes às empresas de ônibus. A própria Sptrans admite que a taxa de retorno das empresas poderia ser menor e sabemos o quanto é prejudicial à população a atual forma de remuneração das empresas que se faz por passageiro.
A íntegra.

Comida que mata e adoece

Cai consumo de arroz, aumenta o consumo de refrigerantes... O modelo capitalista de alimentação (monoculturas com uso intensivo de agrotóxicos, globalização e industrialização) está destruindo o ambiente, extinguindo espécies e nos envenenando. E nos engordando. E provocando fome. A questão mais elementar da vida, alimentação, no mundo contemporâneo parece uma história de terror.

Da Agência Carta Maior.
Alimentação: a tecnologia mórbida
Najar Tubino
Porto Alegre - A indústria da alimentação deverá faturar em 2014 US$5,9 trilhões, segundo estimativa da agência britânica dedicada à pesquisa sobre consumo e marcas – The Future Laboratory. O mercado global de snacks (bolinhos, biscoitos, salgadinhos) deverá movimentar US$334 bilhões. As vendas de chocolates e confeitos vão faturar US$170 bilhões. O Brasil consumiu em 2012, 11,3 bilhões de litros de coca-cola, empresa que faturou US$48,02 bilhões, e lucrou US$ 9bilhões. Na pesquisa do IBGE comparando 2002-2003 com 2008-2009, o consumo anual de arroz das famílias caiu 40,5% - de 24,5kg para 14,6kg- e o de feijão caiu 26,4% - de 12,4 para 9,1kg. Os refrigerantes do tipo cola cresceram 39,3% de 9,l litros para 12,7 litros.
No Brasil, 48,5% da população está acima do peso, são 94 milhões de pessoas. Entre as crianças de 5 a 9 anos o aumento da obesidade multiplicou por quatro nos meninos (de 4,1% para 16,6%) e por cinco entra as meninas – de 2,4% para 11,8%. Uma em cada 10 crianças abaixo dos seis anos já apresenta sobrepeso. Nos Estados Unidos 35,7% da população, ou seja, mais de 135 milhões de pessoas são obesas, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – 17% são jovens.
No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde o número já atinge 1,5 bilhão de pessoas. Na China, o índice de obesidade duplicou nos últimos 15 anos, na Índia subiu 20%. No Brasil, segundo um estudo da Universidade de Brasília, o SUS paga R$488 milhões por ano para tratar doenças ligadas ao aumento do peso.
As causas citadas para explicar esta tragédia humana estão associadas à mudança tecnológica, ao estilo de vida das metrópoles, aos hábitos sedentários, a questão prática da vida atual, não deixa tempo para cozinhar, comer em casa, entre outras tantas. É óbvio que a alimentação está no centro desse problema, que há muito tempo deixou de ter uma abordagem cultural, e precisa ser encarado como uma mudança social, política e econômica.
Henry Kissinger, figura famosa na política mundial, dizia que quem domina a comida domina as pessoas. Não incluíram no pacote as doenças crônicas resultantes do tipo de comida difundida pelo mundo como algo "moderno", como o hambúrguer e o refrigerante cola – diabetes em adultos, cardiovasculares, câncer e hipertensão, apenas para citar as campeãs nas estatísticas.
A OMS informa que 2,8 milhões de pessoas morrem em consequências de doenças associadas ao sobrepeso. E outras 2,2 milhões morrem por intoxicações alimentares, resultante de contaminações de vírus, bactérias, micro-organismos patogênicos e resíduos químicos.
Neste capítulo específico a história é longa. Um dossiê da Autoridade de Segurança Alimentar e Econômica, de Portugal, usando os dados da União Europeia, contabiliza 100 mil compostos químicos usados correntemente no mundo. Na União Europeia eles registram 30 mil, produzidos a uma média de uma tonelada por ano, sendo que a metade tem potenciais efeitos adversos à saúde.
A íntegra.