sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Copa e inflação

Mais um efeito nocivo da Copa. 
Que esses índices de inflação são ridículos, todos nós sabemos. Somos governados em parte por economistas, que são pessoas que falam sobre o que todos nós conhecemos porém usando uma linguagem complicada, cheia de expressões técnicas em inglês. Assim se impõem a plateias "ignorantes" -- os íntimos olham com olhos arregados e se calam, os soberbos aprendem a linguagem e a suam também, porque assim subiram de status...
A economia, de fato, não é mais do que o que todos fazemos na nossa vida pessoal, ganhando dinheiro, pagando contas, adiando outras, tomando dinheiro emprestado, comprando a prazo, economizando, escolhendo o que comprar e coisas assim, mas dita com termos técnicos e respaldada por pesquisas e índices, fica mais respeitável.
Acontece que não compramos todos as mesmas coisas nos mesmos lugares pelos mesmos preços, como então dizer que a inflação para fulano foi a mesma que para sicrano?
Além disso, basta olhar os impostos que pagamos ou a feira ou o barbeiro para ver se os preços acompanharam a inflação de 5% ao ano. Eu não vejo nada que aumente 5%. Esses índices são mais uma brincadeira dos economistas para nos confundir.

Do El País Brasil.
Copa pode contribuir para estourar a meta de inflação em 2013
Frederico Rosas, da São Paulo.

Sabe aquele corte de cabelo que os brasileiros fazem mensalmente? Ele ficou mais caro em 2013, junto com o refrigerante e a água mineral também consumidos fora de casa, e a manicure. Talvez os brasileiros nem tenham percebido a diferença, que acaba diluída entre outros gastos cotidianos de maior relevância. Mas esse inofensivo ato de cortar as madeixas ajuda a compor um importante setor da economia, o de serviços, cujo crescimento dos preços tem ficado acima da inflação geral – que é de 5,91%, enquanto a de serviços atingiu 8,75% em 2013. Pior do que isso: pode pesar ainda mais no bolso em momentos de grande demanda, como durante uma Copa do Mundo.
"O período da Copa envolve uma série de riscos inflacionários. Pode haver uma pressão mais concentrada do setor de serviços, que contará com uma demanda adicional, por mais que esses valores possam ser diluídos depois", afirma Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP). "A probabilidade de o IPCA ficar acima do teto em 2014 não é pequena", ressalta.
A íntegra.