sábado, 1 de fevereiro de 2014

A frase do mês de janeiro: "criamos remédio para quem pode pagar"

Se os empresários fossem sempre sinceros assim, seria mais fácil entender o mundo, mas a regra é mentir descaradamente. Para isso existem publicidade e relações públicas. E a cumplicidade do jornalismo. E escolas. Um dos papéis, talvez o principal, da educação e da comunicação modernas é nos convencer de que é bom o que é ruim para nós.

Do El País edição Brasil.
"Não criamos medicamentos para os indianos, mas para os que podem pagar" 
Um dos diretores da farmacêutica Bayer perde o controle em uma discussão sobre patentes  
Emilio de Benito, de Madri

A discussão com as autoridades indianas conseguiu tirar um dos presidentes da farmacêutica Bayer do sério. A pauta era a patente do medicamento anticancerígeno Nexavar, um fármaco de última geração para tratar câncer de fígado e rins. "Não criamos este medicamento para os indianos, mas para os ocidentais que podem pagar por ele", disse o presidente do conselho de administração de Bayer, Marijn Dekkers. E vários meios divulgaram depois.
Um ex-colega de Dekkers, John LaMattina, lhe deu a oportunidade de se desculpar. Em um artigo publicado na revista Forbes, o ex-diretor da Pfizer recrimina suas palavras. E assim deu motivo para que Dekkers se explicasse. Bayer responde através dessas declarações.
"Lamento que uma rápida resposta no âmbito de toda uma discussão viesse à tona de uma maneira não intencionada. Não pode ser mais o oposto do que eu quero e do que fazemos na Bayer", disse Dekkers. Como empresa "queremos melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas, independentemente de sua origem ou renda". "Em qualquer caso, estava frustrado pela decisão do governo indiano de não proteger a patente do Nexavar que nos foi concedida pela autoridade responsável pelas patentes do país. Estou convencido de nossa capacidade para inovar e em uma aberta discussão na reunião, enquanto expressava minha frustração fundamental, tinha que ter esclarecido isto".
A íntegra.

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