sábado, 22 de março de 2014

Galo: ingresso de espetáculo e futebol de várzea

Preço médio do ingresso no jogo Atlético 1 x 1 Nacional do Paraguai, no Independência: R$ 57,73.
O ingresso mais barato custou R$ 50, mas tinha até de R$ 500.
Pagar R$ 500 para ver aquele futebolzinho é diversão de rico que joga dinheiro fora.
Mesmo R$ 50.
O time saiu de campo vaiado.
Era para vaiar no Mineirão, pagando R$ 5 na geral, quanto mais pagando preço de espetáculo. 
Mesmo assim, a renda ultrapassou R$ 1 milhão (R$ 1.011.025).
Público: 17.513 pagantes.
(Para comparação: o preço médio do ingresso no jogo do Cruzeiro contra o Defensor do Uruguai, no dia seguinte foi R$ 32; o público foi de 20 mil torcedores a mais -- mesmo assim o Mineirão privatizado ficou relativamente vazio. O futebol está morrendo e o preço dos ingressos está ajudando a matá-lo. Os números são do Superesportes.)
O estadinho do Horto não ficou lotado.
A "mística" do Horto passou.
E assim o Atlético, depois de conquistar o maior título da sua história, e tendo no elenco um jogador que já foi o melhor do mundo, conhecido mundialmente e reverenciado em toda parte, mas que não converte nem pênalti mais, vai se tornando um clubinho de 10 mil torcedores.
Ricos.
É o que Kalil quer.
E joga num campinho, onde o tiro de meta já vai parar nas mãos do goleiro adversário.
Campo próprio para chutões.
Chutões e futebolzinho. 
Campo de várzea. Só que nele jogam atletas que correm muito mais, profissionais, treinam diariamente, que só fazem isso (e propaganda) na vida, que ganham centenas de milhares de reais por mês.
Campinho.
Tardelli diz que "falta a torcida jogar junto com o time".
Pausa para rir, como diz o Paulo Nogueira, do DCM.
Falta é a torcida, que paga uma fortuna pra entrar no estádio, descer ao campo e jogar pelo time.
Ora, preço de ingresso europeu pressupõe futebol de time europeu, com jogadores de time grande.
Torcida empurra timinho, jogadorzinho.
Time grande, jogador bom de bola "empurram" a torcida. 
Que paga caro -- os ricos pagam, os pobres não podem ir, veem pela tevê -- para ver jogadores que ganham como craques e jogam como pernas de pau.