sábado, 3 de setembro de 2011

Congresso do PT: Dilma dá lição de democracia e coerência

E de habilidade política. Boa matéria da Carta Capital.

Dilma ataca 'mitos' da imprensa
Soraya Aggege
A presidenta Dilma Rousseff aproveitou o 4º Congresso Nacional do PT, que acontece neste final de semana, em Brasília, para desmentir rumores, desfazer intrigas e se aproximar do coração do partido. Durante 40 minutos de seu discurso, na sexta-feira 2, ela foi taxativa. Desmistificou o que tem lido em grande parte da imprensa: a "herança maldita", sua "inapetência política", a "faxina" contra a corrupção. Terminou garantindo que seu governo fará a Comissão da Verdade e será "bastante firme" com os direitos humanos. Foi ovacionada pelos 1.500 delegados petistas de todo o país. Dilma mostrou logo no início do discurso que ganhou os corações petistas ao sair ilesa de um incidente causado pela truculência de sua equipe de segurança. Dezenas de delegados credenciados do partido foram barradas pela segurança presidencial, que alegava falta de espaço no auditório. Antes da fala de Dilma, enquanto o presidente da legenda, Rui Falcão, falava, os delegados barrados começaram a esmurrar as portas, aos gritos de "Abram, abram, é nosso partido e é de massas". Os delegados que estavam confortavelmente sentados dentro do auditório pararam de ouvir Falcão e gritaram: "Abram, abram! Partido, partido é dos trabalhadores!". Até que as portas foram abertas. Falcão terminou sua fala com a platéia já pacificada. O ex-presidente Lula falou por 10 minutos. A presidenta começou então o seu discurso dizendo que o episódio, ignorado nas falas de Falcão e de Lula, demonstrava que aquele era o seu partido, forte: “Quando os companheiros ficaram de fora, esse plenário parou e gritou: abram, abram. Eu disse ao Lula: 'essa é a força do PT'". Foi assim que ela introduziu uma conversa difícil com a militância. Explicou que aprendeu com Lula que quando se passa por momentos difíceis, em que a razão e o coração se confundem, deve-se sempre seguir a segunda voz. "E a voz do coração me diz sempre que temos que proteger os setores mais frágeis do nosso país". Foi aplaudida de novo.
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