sábado, 15 de setembro de 2012

Minas Gerais: hospitais superlotados e 5.177 leitos do SUS desativados

A justificativa é que internar menos é uma tendência mundial. Se o atendimento ambulatorial melhorasse e não tivesse fila, seria compreensível, mas o fato é que até ambulatórios dos hospitais da Unimed estão lotados. É curioso que SP e Rio tenham desativado ainda mais leitos; em SP, compreende-se, pois os tucanos não se interessam por serviços públicos, querem privatizar tudo, mas o governo do Rio tem preocupações sociais mais apuradas, supõe-se. Esta história precisa ser melhor explicada. Em todo o País ocorreu isso? A matéria não diz. Mas reportagem do Estadão diz: em todo o País foram 42 mil leitos desativados. Não é curioso que a "grande" imprensa não faça alarde desse "descalabro"? Será porque, à semelhança dos tucanos, a diminuição de leitos públicos é uma boa notícia para quem quer o Estado mínimo? A redução não ocorreu igualmente em todos os Estados: nos mais pobres o número de leitos aumentou. O Ministério da Saúde contesta, mas não com ênfase, os números, que foram divulgados durante encontro nacional de Conselhos Regionais de Medicina, em análise que vale a pena ler.

Do jornal O Tempo, 15/9/12
Minas perde 1.454 leitos de pediatria no SUS em sete anos 
Litza Mattos
Minas Gerais é o terceiro Estado brasileiro que mais perdeu leitos de internação do Sistema Único de Saúde (SUS) entre outubro de 2005 e junho de 2012, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no total, foram 5.177 leitos da rede pública desativados no Estado. A especialidade mais atingida foi a pediatria, com queda de 1.454 leitos -- 16% dos 8.979 leitos pediátricos que deixaram de existir nesse período em todo o País.
Para o secretário geral da Sociedade Mineira de Pediatria, o médico pediatra Fernando Luiz de Mendonça, falta comprometimento dos gestores públicos em garantir o direito da criança ao acesso à unidade hospitalar, quando necessário. (...) "Corredores dos hospitais repletos de crianças e superlotação em Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) são as possíveis consequências imediatas", enumera, preocupado com o serviço.
A íntegra.