quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A morte do Rio São Francisco

Olhando o Rio São Francisco e comparando-o com o Rio Mississipi, por exemplo, temos o melhor retrato do atraso do Brasil, país que ainda vive para exportar produtos primários para países ricos, destruindo sua natureza com atividades econômicas extremamente predatórias, como a mineração, a monocultura agrícola e a pecuária intensiva, sem qualquer preocupação com o futuro.
São os representantes dessa gente, uma pequena e riquíssima elite, que mandam no Congresso e na "grande" imprensa. Querem hoje, como no passado, tirar da natureza tudo o que ela pode dar, no mais curto prazo possível, com o máximo de lucro. São os piores brasileiros, mas também são os donos do Brasil.
O São Francisco agoniza e o Rio Amazonas vai pelo mesmo caminho. Só ações drásticas e urgentes podem mudar isso, mas nem o governo do PT foi capaz delas -- assim como não foi capaz de mudar radicalmente o sistema educacional conforme o país precisa.
O governo tucano usou intensamente o São Francisco como propaganda (Aécio e Anastasia chegaram a nadar nas águas sujas do Rio das Velhas, principal afluente do velho Chico, para demonstrar que estavam limpas, na campanha de 2010), mas não cumpriu suas promessas e ainda enfraqueceu o trabalho do Projeto Manuelzão, a mais importante iniciativa ambiental mineira.
Nossos filhos e netos verão só leitos secos de rios assoreados, cujas nascentes foram destruídas.

Do saite do Projeto Manuelzão.
Velho Chico agoniza

O período de longa estiagem transformou a paisagem em vários trechos do Rio São Francisco. Considerado um dos mais importantes do país, o velho Chico agoniza.
De acordo com especialistas, a água transparente revela o drama do rio. Sua profundidade está baixa e já é possível ver o fundo.
O rio estaria enfrentando a pior seca dos últimos 12 anos. O problema seria a pouca chuva que caiu nos afluentes do rio até dezembro de 2013, isso fez com que o volume de água no lago de Sobradinho, na Bahia, diminuísse. Como alertam especialistas, o reservatório está com pouco mais de 30% da capacidade, o que é uma ameaça à geração de energia no Nordeste.
"Há cinco meses, a vazão média, volume d'água que sai da represa, diminuiu de 1,3 mil para 1,1 mil metros cúbicos por segundo (m³/s). O São Francisco perdeu suas forças. Não há mais correnteza no rio."
A íntegra.