terça-feira, 11 de março de 2014

Imprensa colonial e a Copa

O jornal Metro está preocupado com os novos hotéis de Belo Horizonte. "19 hotéis não ficam prontos para a Copa", diz a manchete do tabloide distribuído gratuitamente nos sinais de trânsito da capital.
Metro (Grupo Band) acompanha a cobertura da "grande" imprensa sobre a Copa do Mundo: hotéis para turistas, aeroportos para turistas, BRT para turistas, estádios de primeiro mundo de acordo com as exigências da Fifa...
A "grande" imprensa só se preocupa com o que os estrangeiros vão pensar do Brasil, com o que a Fifa vai pensar do Brasil, com a cobertura e a transmissão da Copa.
Para ela o que está em questão são os interesses comerciais que ela compartilha com grandes empresas, anunciantes, patrocinadores, estrangeiros, inclusive a Fifa.
A grande imprensa não entendeu nada das manifestações que começaram no ano passado.
O povo que saiu às ruas quer transporte de qualidade o ano inteiro, não para turistas e para a Copa.
Quer moradia e boas cidades para viver, não hotéis luxuosos.
Os brasileiros querem educação e saúde de qualidade para todos, por isso acham que gastar bilhões atendendo exigências da Fifa com estádios em vez de gastar com as prioridades nacionais é um despropósito.
O povo que foi para as ruas quer segurança o ano inteiro e não para inglês ver, quer que a polícia combata criminosos e não os movimentos populares.
Quer liberdade para ocupar espaços públicos, não quer "eventos" da Copa que fecham as praças para convidados vips.
Quer voltar a frequentar os estádios pagando preços compatíveis pelos ingressos.
O povo nas ruas quer imprensa que informe em vez de deturpar e manipular informações, conforme fazem as oligarquias que dominam as comunicações brasileiras.
Enfim, os brasileiros e os veículos da velha comunicação vivem em mundos diferentes, não há nenhuma sintonia entre os protestos nas ruas contra a Copa e as manchetes sensacionalistas da "grande" imprensa.